Energia solar já é capaz de abastecer 1,2 milhão de casas no Brasil
Geração distribuída atinge a marca de 3GW de potência no Brasil, mas potencial ainda é pouco explorado. Modelo pode gerar economia de 95% na conta
Rodrigo Caetano
Publicado em 27 de maio de 2020 às 19h29.
Última atualização em 28 de maio de 2020 às 09h49.
A chamada geração distribuída , categoria que compreende todo tipo de geração de energia em pequena escala próxima da unidade consumidora, atingiu a marca de 3GW no Brasil, energia suficiente para abastecer mais de 1,2 milhão de residências. A geração solar responde por 99,8% do total.
O número de instalações de sistemas de geração fotovoltaica, em residências e empresas, chegou a 300 mil. O montante representa investimentos superiores a 14 bilhões de reais, desde 2012. Apesar do avanço, a geração solar no Brasil ainda é tímida, em comparação com outros países. Atualmente, essa fonte representa menos de 1% da matriz elétrica nacional.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil possui entre 10% e 20% das conexões existentes em países como Austrália, China, Japão e Estados Unidos. Todos já ultrapassaram a marca de 2 milhões de sistemas de geração solar instalados. De acordo com a associação, o uso da tecnologia fotovoltaica pode reduzir custos de energia para as empresas em até 95%.
O Brasil possui uma matriz elétrica majoritariamente renovável. As usinas hidrelétricas respondem por 70% do total. O petróleo e o carvão são pouco utilizados para gerar eletricidade e, somadas, suas participações na matriz elétrica não chegam a 5%. A eólica, por sua vez, foi responsável por 10,7% da energia gerada no País, no ano passado.
Apesar da crise, as fontes limpas de energia, como a solar e a eólica, seguem recebendo investimentos. No mercado de energia, enquanto a indústria petroleira amarga a maior crise da história, o setor de energia limpa será o único a apresentar crescimento, segundo a Agência Internacional de Energia. Embora o avanço esperado seja menor do que 1%, é um valor mais amigável do que os -9,1% do setor de petróleo e os -7,7% do setor carvoeiro.
Para Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, aumentar a participação da geração fotovoltaica é estratégico para o País. “A energia solar reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público”, diz Sauaia.