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George Soros: crise do euro entrou em sua fase mais letal

Investidor diz que a crise deu uma guinada para pior e que medidas extremas devem ser tomadas, mesmo a contragosto da Alemanha

Megainvestidor George Soros alerta: crise deu uma guinada para pior (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2012 às 12h51.

São Paulo – Longe de estar perto do fim, a crise na zona do euro está prestes a piorar. Esta é a avaliação de George Soros , empresário e megainvestidor, dono de uma das maiores fortunas do mundo, em um artigo para o Financial Times.

O magnata argumenta que mesmo com o alívio imediato garantido pelas operações de refinanciamento da dívida pelo Banco Central Europeu, os problemas fundamentais não foram resolvidos e que o gap entre países credores e devedores vai continuar a crescer. “A crise entrou na sua fase menos volátil, mas mais letal”, pondera.

Para Soros, a quebra da zona do euro era inconcebível no início da crise, porque os ativos e responsabilidades ancorados na moeda comum eram tão interdependentes que um colapso levaria ao caos generalizado. Mas ao longo do andamento da crise, a zona do euro se realinhou com foco em propósitos nacionais, diz o investidor.

Ele argumenta que as operações de refinanciamento das dívidas deixaram os países credores, como a Alemanha, em posição vulnerável e que, cientes disso, eles estão tomando medidas internas para se proteger.

No entanto, as medidas de restrição de crédito tomadas pelo Bundesbank, o Banco Federal Alemão, podem contagiar outros países, além de frear a demanda de consumo necessária para que os países devedores possam ganhar fôlego e cumprir suas metas junto aos credores, avalia Soros.

“Seja como for, as taxas de débito vão crescer, e o gap de competitividade com a Alemanha aumentar”, diz. “O euro permanecendo ou não, a Europa vai enfrentar um longo período de estagnação ou pior”, acrescenta.


Soros aponta ainda que outros – como o Japão e países latino-americanos – sobreviveram a longos períodos de estagnação, mas que a União Europeia não é um país e não deve sobreviver.

“A única maneira de escapar é reconhecer que as políticas atuais são contraproducentes e mudar o rumo”, diz.

Embora diga que não pode propor um plano simples, Soros oferece algumas “orientações”: é preciso revisar as regras de governança do bloco; diante de uma situação que é altamente anômala, é preciso tomar medias extremas; e os mercados financeiros precisam de novas regras para manter a estabilidade.

A unidade fiscal deve ser um ponto de partida, para o empresário, e a fiscalização deve ser severa, com punições rígidas para quem descumprir as metas e incentivos para quem as cumprir.

Para o investidor, o Bundesbank não vai gostar da ideia, mas o futuro da Europa é uma questão política, que está além da alçada do banco.

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São Paulo – Longe de estar perto do fim, a crise na zona do euro está prestes a piorar. Esta é a avaliação de George Soros , empresário e megainvestidor, dono de uma das maiores fortunas do mundo, em um artigo para o Financial Times.

O magnata argumenta que mesmo com o alívio imediato garantido pelas operações de refinanciamento da dívida pelo Banco Central Europeu, os problemas fundamentais não foram resolvidos e que o gap entre países credores e devedores vai continuar a crescer. “A crise entrou na sua fase menos volátil, mas mais letal”, pondera.

Para Soros, a quebra da zona do euro era inconcebível no início da crise, porque os ativos e responsabilidades ancorados na moeda comum eram tão interdependentes que um colapso levaria ao caos generalizado. Mas ao longo do andamento da crise, a zona do euro se realinhou com foco em propósitos nacionais, diz o investidor.

Ele argumenta que as operações de refinanciamento das dívidas deixaram os países credores, como a Alemanha, em posição vulnerável e que, cientes disso, eles estão tomando medidas internas para se proteger.

No entanto, as medidas de restrição de crédito tomadas pelo Bundesbank, o Banco Federal Alemão, podem contagiar outros países, além de frear a demanda de consumo necessária para que os países devedores possam ganhar fôlego e cumprir suas metas junto aos credores, avalia Soros.

“Seja como for, as taxas de débito vão crescer, e o gap de competitividade com a Alemanha aumentar”, diz. “O euro permanecendo ou não, a Europa vai enfrentar um longo período de estagnação ou pior”, acrescenta.


Soros aponta ainda que outros – como o Japão e países latino-americanos – sobreviveram a longos períodos de estagnação, mas que a União Europeia não é um país e não deve sobreviver.

“A única maneira de escapar é reconhecer que as políticas atuais são contraproducentes e mudar o rumo”, diz.

Embora diga que não pode propor um plano simples, Soros oferece algumas “orientações”: é preciso revisar as regras de governança do bloco; diante de uma situação que é altamente anômala, é preciso tomar medias extremas; e os mercados financeiros precisam de novas regras para manter a estabilidade.

A unidade fiscal deve ser um ponto de partida, para o empresário, e a fiscalização deve ser severa, com punições rígidas para quem descumprir as metas e incentivos para quem as cumprir.

Para o investidor, o Bundesbank não vai gostar da ideia, mas o futuro da Europa é uma questão política, que está além da alçada do banco.

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