Ministros das finanças e presidentes dos centrais do G7 posam para foto durante reunião em Chantilly, perto de Paris, França (Pascal Rossignol/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 3 de março de 2020 às 10h16.
Última atualização em 3 de março de 2020 às 11h14.
São Paulo – O G7, que reúne as sete maiores economias do planeta, disse estar pronto para agir para proteger a economia global dos efeitos do coronavírus e ajudar os países afetados na resposta contra a epidemia da doença, incluindo "medidas fiscais, quando apropriadas". O grupo se manifestou sobre o tema em nota oficial, assinada pelos ministros de Finanças e presidentes dos grandes bancos centrais, divulgada na manhã desta terça-feira (03).
Ainda de acordo com o comunicado, o grupo "reafirma o compromisso de usar todas as ferramentas apropriadas para atingir um crescimento forte e sustentável e garantias contra os riscos".
A nota emitida pelo G7 confirmou a expectativa de que o grupo não pediria aos governos mais gastos ou cortes em taxas de juros para conter os efeitos da doença na economia global.
À Reuters, Stephen Innes, estrategista-chefe do AxiCorp, disse que mensagem não era o que os mercados esperavam. “Nesse momento, não acho que o G7 esteja disposto a mostrar seu lado de estímulo e está segurando seus canhões fiscais para uma data posterior, quando puderem quantificar melhor o choque do lado da oferta do Covid19,” disse Innes em nota, referindo-se à doença causada pelo vírus.
A frente unida do G7 compensava a ansiedade pela rápida disseminação do coronavírus em dezenas de países e ajudava na recuperação das ações mundiais e dos preços do petróleo.
"É um cabo de guerra entre esperança e medo. Os bancos centrais estão dando esperanças com seu potencial estímulo", disse Vasu Menon, estrategista sênior de investimentos do OCBC Bank Wealth Management.
"A questão é: o que eles farão? A política monetária já está muito frouxa e as taxas de juros estão muito baixas", acrescentou Menon.
O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, disse que o G7 tem "todos os meios" à sua disposição. "Se necessário, temos todos os meios para combater uma crise global", afirmou Scholz em comunicado no Twitter.
O coronavírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado, se espalhou pelo mundo na semana passada, agora com mais casos novos aparecendo fora da China do que dentro.