EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.
O governo prepara o lançamento de medidas para desburocratizar as exportações. Segundo Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o pacote será anunciado oficialmente no dia 27. A proposta é consolidar cerca de 300 normas e legislações que atualmente atrapalham a vida dos exportadores e, principalmente, das pequenas e médias empresas interessadas em aderir ao comércio internacional. Entre as mudanças está o acesso ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) pela internet. O pacote será divulgado na íntegra após visita oficial do ministro à Rússia.
De 19 a 21 de maio, Furlan lidera uma missão empresarial a Moscou com 54 representantes de diversos setores, 34 deles executivos de empresas exportadoras. A meta da comitiva é a abertura de novos mercados. Mas a agenda inclui renegociar cotas e outras limitações impostas à carne brasileira (principal produto da pauta), após o Brasil levantar ação anti-dumping contra os fabricantes russos de nitrato, que fornecem o produto à indústria de fertilizantes no Brasil.
A carne responde por 46% das exportações brasileiras para a Rússia, o açúcar, por 34%. Ou seja: apenas dois produtos são responsáveis por 80% dos negócios brasileiros com a Rússia. Um dos principais objetivos da missão é diversificar a pauta , diz Furlan. A comitiva inclui representantes da indústria farmacêutica, têxtil, calçadista, de cosméticos, de material cerâmico e até de softwares.
Na avaliação do governo brasileiro, a Rússia, apesar de ser uma potência petrolífera, tem deficiências em seu parque industrial, o que abre boas perspectivas também para as empresas brasileiras que atuam nas áreas de petroquímica e engenharia. Buscam-se ainda acordos para a troca de tecnologia no setor aeroespacial, onde o país é bastante avançado.
Também participam da missão representantes do Banco do Brasil na Áustria, que vão buscar com integrantes dos bancos russos mecanismos para facilitar e agilizar o intercâmbio entre os dois países. Além de negociar com a União Européia, a Alca e o Mercosul, o Brasil precisa criar acordos bilaterais para expandir mercados , diz o Horário Lafer Piva, presidente da Federação da Indústria e do Comércio de São Paulo (Fiesp).
As exportações do Brasil para a Rússia cresceram 70% nos últimos dois anos, passando de 1 bilhão de dólares em 2000 para 1,7 bilhão no ano passado. A meta para o governo Lula é elevar as vendas a 5 bilhões de dólares. Nos quatro primeiros meses deste ano, as vendas de produtos brasileiros para o país somaram 374 milhões dólares, um crescimento de 35,5% em relação a igual período do ano passado. A Rússia é o 140 importador de produtos brasileiros há um ano, ocupava a 23a posição.