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FT: redução do juro no Brasil gera admiração entre BCs

A coluna Lex, do jornal Financial Times de hoje, afirma que o corte na Selic gera sentimentos de admiração, medo e ciúme nas outras autoridades monetárias mundiais

Se a desaceleração mundial acabar rapidamente ou se a inflação voltar a subir no Brasil, o BC irá parecer imprudente, diz FT (Álvaro Motta/Veja)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2011 às 09h02.

Londres - O corte nos juros decidido pelo Banco Central (BC) gera sentimentos de admiração, medo e ciúme nas outras autoridades monetárias ao redor do mundo, diz a coluna Lex, do Financial Times de hoje. Segundo o jornal, a admiração é pela audácia. "O Banco Central está corajosamente respondendo à repentina deterioração do ambiente econômico global", diz. Se a desaceleração mundial acabar rapidamente ou se a inflação voltar a subir no Brasil, o BC irá parecer imprudente. Mas os índices de atividade industrial na zona do euro e no Reino Unido já estão em nível recessivo, aponta a publicação.

O FT lembra que os juros ainda estão cinco pontos porcentuais acima da inflação no Brasil, enquanto o juro real é zero na Índia, China, Rússia e Japão e negativo nos EUA, zona do euro e Reino Unido. Mas a decisão do BC abre dois precedentes assustadores, na avaliação do diário britânico. O primeiro é a fraqueza política, pois parece que a autoridade cedeu à pressão do governo. O segundo é a impotência política. "O corte é, em parte, uma admissão de que os juros altos puxaram a moeda e prejudicaram as exportações."

O FT avalia que, pelo menos, os brasileiros têm espaço para manobra. "Em quase todos os outros países, estímulo monetário adicional provavelmente faria nada mais do que inflar bolhas financeiras perigosas. Os bancos centrais podem ser desculpados por sentirem ciúme da liberdade dos brasileiros."

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O FT lembra que os juros ainda estão cinco pontos porcentuais acima da inflação no Brasil, enquanto o juro real é zero na Índia, China, Rússia e Japão e negativo nos EUA, zona do euro e Reino Unido. Mas a decisão do BC abre dois precedentes assustadores, na avaliação do diário britânico. O primeiro é a fraqueza política, pois parece que a autoridade cedeu à pressão do governo. O segundo é a impotência política. "O corte é, em parte, uma admissão de que os juros altos puxaram a moeda e prejudicaram as exportações."

O FT avalia que, pelo menos, os brasileiros têm espaço para manobra. "Em quase todos os outros países, estímulo monetário adicional provavelmente faria nada mais do que inflar bolhas financeiras perigosas. Os bancos centrais podem ser desculpados por sentirem ciúme da liberdade dos brasileiros."

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