Economia

França prevê desaceleração da economia britânica devido ao Brexit

De acordo com os cálculos da entidade francesa, a atividade no Reino Unido, que cresceu 1,8% em 2016, terá uma expansão de 1,7% em 2017

Brexit: a "incerteza" pelas condições de saída da UE apontada pelo Tesouro francês pode levar as empresas britânicas a "adiar algumas decisões de investimento" (Peter Nicholls/Reuters)

Brexit: a "incerteza" pelas condições de saída da UE apontada pelo Tesouro francês pode levar as empresas britânicas a "adiar algumas decisões de investimento" (Peter Nicholls/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2017 às 11h35.

Paris - O Tesouro da França prevê que a economia do Reino Unido desacelerará seu ritmo de crescimento em 2017 e 2018 devido a "a incerteza" nas negociações do Brexit.

"A atividade se desacelerará e a incerteza em torno de sua saída da União Europeia penalizará o crescimento britânico", que deverá perder "aproximadamente" um ponto percentual de expansão em seu Produto Interno Bruto (PIB) entre 2017 e 2018, alertou o Tesouro da França, em um relatório divulgado nesta segunda-feira sobre a situação econômica mundial.

De acordo com os cálculos da entidade francesa, a atividade no Reino Unido, que cresceu 1,8% em 2016, terá uma expansão de 1,7% em 2017 - enquanto o Banco da Inglaterra prevê 2% - e de 1,5% em 2018.

A "incerteza" pelas condições de saída da União Europeia apontada pelo Tesouro francês pode levar as empresas britânicas a "adiar algumas decisões de investimento" e isso representa "um impedimento" ao desempenho da economia.

Além disso, a "forte desvalorização da libra (esterlina)", mais de 15% desde meados de dezembro, acabará afetando o poder de compra das famílias britânicas, segundo os autores do estudo.

A zona do euro, que registrará uma tendência de crescimento "quase estável" em 2017, também sentirá as consequências da negociação do Brexit, especialmente no âmbito das exportações.

De qualquer modo, os países do euro poderão compensar a diminuição das vendas ao Reino Unido graças à "aceleração da demanda mundial", segundo o Tesouro francês.

O relatório constata uma melhora global da economia mundial e calcula que os Estados Unidos terão um crescimento de 2,3% em 2017 e de 2,4% em 2018, contra 1,6% em 2016, resultado da "política expansionista" anunciada pelo novo governo do presidente Donald Trump.

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