A autoridade do FMI repetiu o pedido de Christine Lagarde para que os líderes europeus alcancem uma solução abrangente para a crise da zona do euro (Philippe Lopez/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2012 às 15h20.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) não vai retornar à Grécia para revisar o programa de empréstimo antes das eleições de 17 de junho, afirmou nesta quinta-feira o vice-diretor de assuntos internacionais do FMI, David Hawley.
"Nós sabemos que foram convocadas eleições e nós estamos ansiosos para entrar em contato com o novo governo, quando este for formado", disse Hawley, em coletiva de imprensa.
Sem apoio adicional, a Grécia pode ficar sem dinheiro antes do final de junho para pagar salários governamentais e programas de bem-estar social. Esses gastos dependem do programa de ajuda de 130 bilhões de euros do FMI e da União Europeia (UE).
Mas o FMI só desembolsa os fundos se o país cumprir as reformas econômicas ligadas ao programa. O povo grego já rejeitou com força as medidas de austeridade, colocando em dúvida o futuro do programa de resgate do FMI e da UE.
A autoridade do FMI repetiu o pedido da diretora-gerente do órgão, Christine Lagarde, para que os líderes europeus alcancem uma solução abrangente para a crise da zona do euro.
O FMI pediu quatro ações -fortalecimento das defesas financeiras contra contágio, medidas para dar suporte à demanda no curto prazo incluindo uma política monetária acomodativa, reformas para promover a competitividade e um plano claro para a integração e compartilhamento de risco na região do euro.
Hawley afirmou que o Banco Central Europeu (BCE) tem mais espaço para dar suporte ao crescimento reduzindo sua taxa básica de juros, dada a fraqueza das condições econômicas. O crescimento paralisou na zona do euro e vários países estão em recessão.
"Mais medidas políticas não convencionais podem também ser necessárias", completou.
O BCE já comprou títulos de forma agressiva, mas o banco central alemão tem resistido a cortar sua taxa de juros abaixo de 1 por cento ou comprar mais títulos, insistindo que os países endividados contam com os programas de reforma para reconstruir a confiança do mercado em suas economias.