Economia

FMI reduz previsão de crescimento para EUA

"Para a economia americana ainda resta muito a ser feito para atingir sua plena capacidade", disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 20h06.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou nesta sexta-feira de 3% para 2,7% sua previsão de crescimento para os Estados Unidos em 2014, e de 2,2% a 1,9% para este ano, ao considerar que os cortes orçamentários automáticos que entraram em vigor em março pesarão no consumo nos "próximos trimestres".

"Embora o consumo privado tenha resistido bem até agora aos aumentos dos impostos e aos cortes automáticos dos gastos, estas duas medidas devem representar um obstáculo maior para o consumo nos próximos trimestres", considerou o FMI em seu relatório anual de avaliação do desempenho do país.

"Para a economia americana ainda resta muito a ser feito para atingir sua plena capacidade", disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em uma entrevista coletiva à imprensa.

A instituição internacional advertiu para o possível impacto de um novo aumento das tensões financeiras na zona do euro, mas disse que está preocupada principalmente com a austeridade à qual estão submetidos os Estados Unidos diante de uma falta de acordo político no Congresso entre democratas e republicanos.

A estagnação das negociações gerou um aumento dos impostos a partir de janeiro e fortes cortes nos gastos públicos a partir de março, com cortes de um total de 85 bilhões de dólares até setembro.


"O corte do déficit em 2013 foi muito brusco e mal projetado", destaca o informe, acrescentando que uma redução mais lenta "ajudaria na recuperação em um momento no qual a política monetária tem pouca margem", quando os taxas já estão em mínimas históricas há anos.

O FMI indicou que a trajetória das finanças públicas é "insustentável", que é necessária a instauração de um IVA e de um imposto sobre as emissões de carbono para impulsionar as receitas fiscais.

Lagarde também pediu que o Fed prepare cuidadosamente o final de seu programa de estímulo quantitativo, que representa 85 bilhões de dólares mensais de compras de bônus do Tesouro.

Neste sentido, o FMI advertiu que "um período prolongado de taxas de juros baixas pode ter consequências inesperadas para a estabilidade financeira interna e complica o ambiente macroeconômico em alguns mercados emergentes".

"Embora os benefícios em nível macro da compra de bônus sigam superando seus custos, o Fed deve continuar trabalhando" para conseguir uma saída suave, indicou o FMI.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEstados Unidos (EUA)FMIOrçamento federalPaíses ricos

Mais de Economia

Pente-fino: Previdência quer fazer revisão de 800 mil benefícios do INSS até o fim do ano

Reino Unido tem rombo de 22 bilhões de libras em contas públicas

Dívida do governo sobe para 77,8% do PIB, maior nível desde novembro de 2021

Focus: Em semana de Copom, mercado sobe projeções do IPCA para 2024 e 2025

Mais na Exame