Economia

FMI diz que irá agilizar aprovação de empréstimo à Argentina

O porta-voz do FMI afirmou que a atual crise da Argentina acontece pela volatilidade do mercado financeiro e é diferente da crise de 2001

Macri: o presidente argentino afirmou que o problema da Argentina é o déficit fiscal (Adriano Machado/Reuters)

Macri: o presidente argentino afirmou que o problema da Argentina é o déficit fiscal (Adriano Machado/Reuters)

A

AFP

Publicado em 17 de maio de 2018 às 14h43.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai tentar aprovar rapidamente um programa de empréstimos para a Argentina, mas não deu detalhes sobre o crédito, segundo um porta-voz do organismo.

No entanto, o funcionário ressaltou que a situação atual - marcada pela "volatilidade renovada do mercado financeiro" que atingiu a moeda do país - é muito diferente da última vez em que a Argentina foi ao FMI em busca de ajuda.

As autoridades não têm data para concluir as negociações, mas o FMI "pode ​​agir rapidamente [...] e pretendemos agir rapidamente", disse o porta-voz Gerry Rice à imprensa em uma entrevista coletiva.

No entanto, o tamanho, o tipo exato e os termos do pacote financeiro farão "parte das discussões" com autoridades argentinas que começaram na semana passada. Os detalhes ainda serão resolvidos.

O conselho do FMI realizará uma reunião informal na Argentina na sexta-feira para obter uma atualização da equipe, mas o empréstimo final não será aprovado até que as negociações sejam concluídas, disse ele.

O país está buscando um crédito de "standby" de "alto acesso", que de acordo com a imprensa pode chegar a 30 bilhões de dólares. As SBAs podem durar até três anos e geralmente concedem desembolsos periódicos à medida em que o país atinja as metas econômicas previamente acordadas.

Muito diferente

A decisão do presidente argentino Mauricio Macri de buscar ajuda do FMI foi uma medida arriscada, diante das relações amargas depois da última crise, há 17 anos, e da visão de que o FMI impôs condições duras que pioraram a crise econômica.

Mas Rice ressaltou que as condições mudaram.

"Nosso objetivo final é ajudar a apoiar as autoridades em seus esforços para fortalecer a economia argentina e proteger os padrões de vida do povo argentino e, particularmente, dos grupos mais vulneráveis", afirmou.

Mas a situação é "muito diferente" da crise anterior, e as políticas e instituições foram "consideravelmente fortalecidas".

Uma crise de confiança levou o peso argentino a cair quase 20% nas últimas seis semanas e forçou a Argentina a buscar uma ajuda financeira do FMI. Na segunda-feira, ele caiu seu máximo histórico de 25,51 por um dólar.

Mas Macri disse, na quarta-feira, que a crise cambial havia passado.

"O problema central é o déficit fiscal, temos que reduzi-lo, não podemos gastar mais do que temos e depender do mundo para nos emprestar dinheiro", afirmou Macri.

Rice disse que o FMI "recebeu muito bem" os comentários de Macri, inclusive o reconhecimento dos desafios que seu governo enfrenta e "a propriedade do governo sobre as políticas necessárias para enfrentar esses desafios".

O déficit orçamentário diminuiu para o equivalente a 3,9% do PIB no governo Macri.

A economia da Argentina, a terceira maior da América Latina, cresceu 2,8% em 2017 - expansão que espera manter este ano.

No entanto, o governo não conseguiu limitar a inflação persistentemente alta, que ultrapassou 20% por mais de uma década.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaCrise econômicaDólarEmpréstimospeso-argentino

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra