Repórter de macroeconomia
Publicado em 16 de abril de 2024 às 10h00.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou sua projeção de crescimento para o Brasil em sua versão mais recente do relatório World Economic Outlook, divulgado nesta terça, 16. O fundo prevê agora que o Brasil avançará 2,2% em 2024 e 2,1% em 2025.
Na última atualização do relatório, em janeiro, a instituição previa que o país cresceria 1,7% neste ano e 1,9% em 2025.
"No Brasil, o crescimento é esperado em 2,2%, com base na consolidação fiscal, efeitos da ainda apertada política monetáriia e menor contribuição da agricultura", analisa o documento.
O boletim Focus, do Banco Central, que reúne as expectativas do mercado brasileiro, estimou crescimento de 1,9% do PIB em 2024 e 2% em 2025, na última edição, em 9 de abril.
Já para a economia global como um todo, o FMI prevê alta de 3,2%, valor 0,1 ponto percentual acima da previsão de janeiro. A região da América Latina e Caribe deve subir 2%.
A Argentina deve encolher 2,8% em 2024 e crescer 5% em 2025, prevê o fundo, em meio a uma série de reformas iniciadas desde a posse do presidente Javier Milei, em dezembro.
O fundo revisou para cima a perspectiva de crescimento dos EUA (2,7%, alta de 0,6 ponto) e da zona do euro (0,8%, 0,1 ponto de piora). A previsão para a China ficou estável, em 4,6%.
"A economia global segue notavelmente resileinte, com crescimento seguindo firme conforme a inflação volta à meta. Apesar de muitas previsões, o mundo evitou uma recessão, o sistema bancário se provou resiliente e as maiores economias emergentes não sofreram paradas súbitas", aponta Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, no início do relatório.
"A onda de inflação não disparou espirais de preços e salários descontroladas. Em vez disso, quase tão rápido como a inflação subiu, ela vem caindo". diz Gourinchas.
Apesar do otimismo, o FMI pede cautela e lembra que a inflação ainda não foi contida de vez, e que novas ações são necessárias. Embora os custos de energia e de mercadorias tenham sido contidos, a alta de preços dos serviços segue gerando preocupações."O progresso em direção às metas de inflação tem empacado desde o começo do ano. Isso pode ser um atraso temporário, mas há razões para seguir vigilante", aponta o documento.
Outra questão é que as taxas de juros, que foram elevadas para conter a inflação, pressionaram os gastos com pagamento de dívidas dos países e a estabilidade fiscal. Além disso, há preocupação do fundo com a baixa taxa de crescimento prevista em muitos países, o que afeta as perspectivas de longo prazo.