Economia

FMI aumenta projeção de crescimento do Brasil em 2024 para 2,2%

Previsão anterior, de janeiro, estimava alta de 1,7%, veja dados para outros países

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 16 de abril de 2024 às 10h00.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou sua projeção de crescimento para o Brasil em sua versão mais recente do relatório World Economic Outlook, divulgado nesta terça, 16. O fundo prevê agora que o Brasil avançará 2,2% em 2024 e 2,1% em 2025.

Na última atualização do relatório, em janeiro, a instituição previa que o país cresceria 1,7% neste ano e 1,9% em 2025.

"No Brasil, o crescimento é esperado em 2,2%, com base na consolidação fiscal, efeitos da ainda apertada política monetáriia e menor contribuição da agricultura", analisa o documento.

O boletim Focus, do Banco Central, que reúne as expectativas do mercado brasileiro, estimou crescimento de 1,9% do PIB em 2024 e 2% em 2025, na última edição, em 9 de abril.

Já para a economia global como um todo, o FMI prevê alta de 3,2%, valor 0,1 ponto percentual acima da previsão de janeiro. A região da América Latina e Caribe deve subir 2%.

A Argentina deve encolher 2,8% em 2024 e crescer 5% em 2025, prevê o fundo, em meio a uma série de reformas iniciadas desde a posse do presidente Javier Milei, em dezembro.

O fundo revisou para cima a perspectiva de crescimento dos EUA (2,7%, alta de 0,6 ponto) e da zona do euro (0,8%, 0,1 ponto de piora). A previsão para a China ficou estável, em 4,6%.

"A economia global segue notavelmente resileinte, com crescimento seguindo firme conforme a inflação volta à meta. Apesar de muitas previsões, o mundo evitou uma recessão, o sistema bancário se provou resiliente e as maiores economias emergentes não sofreram paradas súbitas", aponta Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, no início do relatório.

"A onda de inflação não disparou espirais de preços e salários descontroladas. Em vez disso, quase tão rápido como a inflação subiu, ela vem caindo". diz Gourinchas.

Apesar do otimismo, o FMI pede cautela e lembra que a inflação ainda não foi contida de vez, e que novas ações são necessárias. Embora os custos de energia e de mercadorias tenham sido contidos, a alta de preços dos serviços segue gerando preocupações."O progresso em direção às metas de inflação tem empacado desde o começo do ano. Isso pode ser um atraso temporário, mas há razões para seguir vigilante", aponta o documento.

Outra questão é que as taxas de juros, que foram elevadas para conter a inflação, pressionaram os gastos com pagamento de dívidas dos países e a estabilidade fiscal. Além disso, há preocupação do fundo com a baixa taxa de crescimento prevista em muitos países, o que afeta as perspectivas de longo prazo.

Acompanhe tudo sobre:FMIPIB do BrasilPIB

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor