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FMI alerta para crescimento excessivo de bancos paralelos

Integrantes deste mercado em plena expansão atuam como bancos, emprestando dinheiro de investidores mas sem se submeter a qualquer regulação, afirmou relatório

Dólares: somas manipuladas por este sistema paralelo somam mais de 60 trilhões de dólares (Karen Bleier/AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 18h20.

O Fundo Monetário Internacional advertiu nesta quarta-feira para o crescimento excessivo do sistema bancário paralelo, o também chamado "shadow banking" (bancos-sombra, em tradução livre), pelos quais passam bilhões de dólares que podem ameaçar a estabilidade financeira, principalmente nos Estados Unidos.

Os integrantes deste mercado em plena expansão (fundos de investimento, fundos monetários, sociedades financeiras, seguradoras, entre outros) atuam como bancos , emprestando dinheiro de investidores mas sem se submeter a qualquer regulação, afirmou o relatório do FMI.

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As somas manipuladas por este sistema paralelo somam mais de 60 trilhões de dólares, quantia não muito distante dos 72,1 trilhões do Produto Interno Bruto mundial em 2013.

Segundo o relatório, os Estados Unidos são o país mais exposto (entre 15 e 25 trilhões de dólares), seguido da zona do euro (entre 13,5 e 22,5 trilhões) e dos países emergentes (7 trilhões).

"Os 'bancos-sombra' tendem a prosperar quando são praticadas regulações bancárias rígidas, causando uma fuga das regras", destaca Gaston Gelos, um dos especialistas do FMI, em referência à introdução de reformas bancárias no mundo.

Este mercado também prospera no ambiente financeiro de baixas taxas de juros nos grandes países industrializados, que leva os investidores a buscar rendimentos mais elevados.

De acordo com o FMI, o banco paralelo pode ser bom para estimular a atividade nos países emergentes, onde o setor bancário tradicional está limitado por suas "capacidades" ou por obstáculos regulatórios.

Mas também apresenta riscos, se os investidores quiserem retirar o seu dinheiro simultaneamente, já que esses bancos podem ser incapazes de reembolsá-los e de vender rapidamente suas contas de crédito, alertou o FMI.

"Isso pode levar a um movimento de vendas e compras semelhante ao da crise financeira mundial de 2008", lembra a instituição, que pediu que os países supervisionem esse mercado para manter a segurança do sistema financeiro.

O FMI recomenda uma cooperação internacional, considerando tal iniciativa necessária para evitar que o fortalecimento das regras pelo Estado leve a uma "migração" desse mercado para países com regras mais flexíveis.

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