Fitch: agência internacional de classificação de riscos (wolterfoto/ullstein bild/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 1 de agosto de 2023 às 18h55.
Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 07h32.
A Fitch rebaixou o rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de AAA para AA+, com perspectiva estável.
De acordo com a Fitch, a decisão reflete a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos, assim como o crescente déficit fiscal do governo americano, que deve chegar a 6,3% do PIB em 2023. No ano passado, esse índice estava em 3,7%.
A agência também destacou que uma erosão relativa da governança em relação aos pares 'AA' e 'AAA' nos últimos 20 anos. "Os repetidos embates políticos sobre limite de dívidas e resoluções no último minuto têm erodido a confiança no gerenciamento fiscal", disse a Fitch.
Em junho, por exemplo, o presidente Joe Biden assinou a lei que elevava o teto de endividamento três dias antes do prazo em que o governo americano ficaria sem dinheiro para honrar compromissos. A demora ocorreu por causa de embates no Congresso, onde a oposição republicana domina a Câmara dos Representantes.
A Fitch avalia ainda que as dificuldades no acesso ao crédito e a queda no consumo podem levar o país a uma leve recessão no último trimestre de 2023 ou começo de 2024.
Na semana passada, o Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, elevou a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.) para o intervalo entre 5,00% e 5,25%. Foi a décima alta consecutiva de juros nos EUA, que colocou a taxa no nível mais alto desde agosto de 2007.
O que diz o governo Biden
Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, criticou duramente o rebaixamento da nota. "A mudança anunciada hoje pela Fitch é arbitrária e baseada em dados desatualizados", disse ela, em nota.
A Fitch é uma das três principais agências de rating do mundo. A Moody's mantém os EUA com nota máxima, AAA, e a S&P avalia o país como AA+.
No fim de julho, a Fitch aumentou a nota do Brasil, de BB- para BB, com perspectiva estável. A nota do Brasil havia sido rebaixada para o patamar BB- em 2018, em meio à crise política e fiscal e pela não aprovação de reformas, como a da Previdência.
Segundo as agências de risco, a nova classificação ainda indica um "grau especulativo"— o que coloca o Brasil como um país menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas com incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
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