Economia

Fitch: meta de crescimento da China em 5% será difícil de alcançar, apesar de suporte fiscal

Agência também alerta que maiores gastos fiscais adicionam pressão no orçamento público a médio prazo

Fitch, agência de classificação de risco (akub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Fitch, agência de classificação de risco (akub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2024 às 16h00.

A meta de crescimento definida pelo governo da China para 2024, de aproximadamente 5%, será difícil de alcançar no cenário atual apesar do aparente comprometimento em melhorar a perspectiva econômica do país e do anúncio de novos estímulos, avalia a Fitch Ratings.

A agência de classificação de risco também alerta que maiores gastos fiscais adicionam pressão no orçamento público a médio prazo, à medida que "riscos de passivos contingentes para o governo permanecem elevados".

A Fitch observa que as políticas fiscais anunciadas pelo governo são mais expansivas do que o previsto, mas pondera que seus efeitos positivos sobre o crescimento devem contrastar com as dificuldades persistentes do setor imobiliário, pressionado pela baixa demanda.

Segundo cálculos da agência, os detalhes do orçamento fiscal apontam para uma meta de déficit consolidado equivalente a pouco mais de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, em comparação a meta de 5,8% em 2023. Quando reafirmou o rating da China em 'A+', em agosto do ano passado, a Fitch projetava déficits de 4,8% do PIB em 2024 e 5,6% em 2023.

"Esperamos que esta tendência rumo a uma política mais expansiva continue, com planos de gastos focados em desenvolvimento de infraestrutura e suporte limitado para o consumo doméstico", prevê a Fitch.

Para ela, o redirecionamento dos recursos será centralizado pelo governo nacional da China no médio prazo, conforme aumentam as restrições sobre administrações locais.

A Fitch também projeta "modesto relaxamento adicional da política monetária" em uma tentativa de aliviar as pressões deflacionárias e alcançar a meta de inflação em 3%, embora observe um risco significativo de "deflação mais persistente".

Em geral, as medidas anunciadas pelo governo sugerem foco em temas de médio prazo - como o desenvolvimento de novas forças produtivas, desenvolvimento de qualidade e expansão da demanda doméstica - e espaço para "injetar mais apoio fiscal" caso riscos de baixa para a economia se materializem, apontou a agência. Entretanto, o tamanho relativamente modesto dos setores avançados da China pode impedir um crescimento rápido nessas áreas capaz de superar a fraqueza, por exemplo, do setor imobiliário.

"Essa agenda de políticas pode melhorar a confiança na economia e apoiar o crescimento a médio prazo. Porém, a efetividade dessas metas para o perfil de crédito da China dependerá da capacidade do governo de executá-las com sucesso", concluiu a Fitch.

Acompanhe tudo sobre:FitchChina

Mais de Economia

Reforma Tributária deve ser votada na próxima semana; entenda proposta e o cronograma

Reforma Tributária: deputados mantêm tributação de fundos de pensão e setor quer isenção no plenário

Aéreas vão pagar menos imposto se transportarem 600 pessoas por dia em voos regionais

Reforma Tributária: Carne fora da cesta básica, absorvente isento e imposto para carro elétrico

Mais na Exame