EUA puxam crescimento global; Brasil tem desafios, diz Fitch
Agência de avaliação de crédito considera a crescente importância dos EUA ante a desaceleração dos países emergentes, da zona do euro e do Japão
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 15h05.
São Paulo - O crescimento econômico global irá se fortalecer em 2015 e 2016 e tem na recuperação dos Estados Unidos o seu principal motor, afirma a Fitch Ratings em relatório divulgado nesta segunda-feira, 08.
No documento, a agência de avaliação de crédito considera a crescente importância dos EUA ante a desaceleração dos países emergentes, incluindo o Brasil, da zona do euro e do Japão.
A nova projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2014 permanece em 2,5%, mas as estimativas para os anos seguintes foram recalculadas para baixo, com crescimento de 2,9% em 2015 e de 3,0% em 2016.
Impulsionada pelo consumo, pelo aumento na renda das famílias e o fortalecimento no mercado de trabalho, os EUA permanecem a nação de mais rápido crescimento dentre os países desenvolvidos.
Por isso, a Fitch manteve as previsões de alta 3,1% no PIB norte-americano em 2015 e de 3,0% em 2016.
Enquanto isso, os países da zona do euro enfrentam condições econômicas adversas, com sinais de fragilidade espalhados pelos países do grupo.
Para a Fitch, uma melhora na perspectiva econômica da região passaria inevitavelmente pela retomada da demanda na Alemanha.
A projeção para o PIB da zona do euro agora é de 0,8% em 2014 e 1,1% em 2015, com reduções de 0,1 e 0,3 pontos porcentuais, respectivamente.
A estimativa da Fitch para 2016 permanece inalterada em 1,5%.
A agência sublinha também que, apesar de uma política monetária bastante acomodatícia pelo Banco Central Europeu (BCE), o crescimento é puxado para baixo por fatores que incluem gargalos estruturais e riscos geopolíticos.
Além disso, a Fitch espera que o desemprego na zona do euro persista e fique acima dos 11% até 2016.
Brasil e emergentes
Em toada similar, os mercados emergentes apresentam fraquezas mais persistentes que o esperado.
A Fitch espera que o Brasil tenha mais um ano desafiador em 2015, com o governo da presidente Dilma Rousseff adotando políticas econômicas mais restritivas para lidar com desequilíbrios desenvolvidos nos últimos anos e retomar a confiança do mercado.
Para 2015, a agência projeta expansão de 1% da economia no país.
Nos emergentes, as estimativas são de 4%, em 2014, 4,1% no ano seguinte e 4,5% em 2016.
Com a Rússia sofrendo com as sanções dos países ocidentais e a desvalorização do petróleo e uma desaceleração estrutural na China, a Fitch espera que, dentre os Brics, somente a Índia siga em crescimento acelerado.
Em relação à China, a projeção é de um PIB 7,3% maior em 2014, seguido por desempenhos anuais de +6,8% e +6,5%.
A Fitch revisou ainda a sua projeção para o crescimento do Japão, ante a recessão técnica verificada no terceiro trimestre.
O PIB em 2014 agora deve crescer 0,8%, ante projeção anterior de 1,4%. Apesar disso, a agência considera que a desaceleração é temporária e que o crescimento será maior nos próximos anos.
Já o Reino Unido apresenta crescimento forte e amplo, mas deve desacelerar até retornar ao seu potencial de expansão de médio prazo, que é entre 2% e 2,25%.
A ausência de pressões inflacionárias, apesar da melhora nos mercados de trabalho, implica que o Federal Reserve (banco central dos EUA) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também devem ser mais lentos ao aumentarem suas taxas básicas de juros.
A Fitch também espera que o BCE adie o anúncio de compra de títulos soberanos, já que há um processo de recuperação gradual nas economias europeias, o núcleo da inflação permanece estável e há uma série de obstáculos institucionais à medida.
A agência espera inflação de 0,6% em 2014 na zona do euro, com resultado de 0,9% em 2015 e de 1,3% em 2016.
No relatório, a Fitch também analisa a queda nos preços do petróleo, mas espera que estes voltem a subir à medida que a demanda pela commodity cresce, em conformidade com as projeções traçadas para o PIB global.
São Paulo - O crescimento econômico global irá se fortalecer em 2015 e 2016 e tem na recuperação dos Estados Unidos o seu principal motor, afirma a Fitch Ratings em relatório divulgado nesta segunda-feira, 08.
No documento, a agência de avaliação de crédito considera a crescente importância dos EUA ante a desaceleração dos países emergentes, incluindo o Brasil, da zona do euro e do Japão.
A nova projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2014 permanece em 2,5%, mas as estimativas para os anos seguintes foram recalculadas para baixo, com crescimento de 2,9% em 2015 e de 3,0% em 2016.
Impulsionada pelo consumo, pelo aumento na renda das famílias e o fortalecimento no mercado de trabalho, os EUA permanecem a nação de mais rápido crescimento dentre os países desenvolvidos.
Por isso, a Fitch manteve as previsões de alta 3,1% no PIB norte-americano em 2015 e de 3,0% em 2016.
Enquanto isso, os países da zona do euro enfrentam condições econômicas adversas, com sinais de fragilidade espalhados pelos países do grupo.
Para a Fitch, uma melhora na perspectiva econômica da região passaria inevitavelmente pela retomada da demanda na Alemanha.
A projeção para o PIB da zona do euro agora é de 0,8% em 2014 e 1,1% em 2015, com reduções de 0,1 e 0,3 pontos porcentuais, respectivamente.
A estimativa da Fitch para 2016 permanece inalterada em 1,5%.
A agência sublinha também que, apesar de uma política monetária bastante acomodatícia pelo Banco Central Europeu (BCE), o crescimento é puxado para baixo por fatores que incluem gargalos estruturais e riscos geopolíticos.
Além disso, a Fitch espera que o desemprego na zona do euro persista e fique acima dos 11% até 2016.
Brasil e emergentes
Em toada similar, os mercados emergentes apresentam fraquezas mais persistentes que o esperado.
A Fitch espera que o Brasil tenha mais um ano desafiador em 2015, com o governo da presidente Dilma Rousseff adotando políticas econômicas mais restritivas para lidar com desequilíbrios desenvolvidos nos últimos anos e retomar a confiança do mercado.
Para 2015, a agência projeta expansão de 1% da economia no país.
Nos emergentes, as estimativas são de 4%, em 2014, 4,1% no ano seguinte e 4,5% em 2016.
Com a Rússia sofrendo com as sanções dos países ocidentais e a desvalorização do petróleo e uma desaceleração estrutural na China, a Fitch espera que, dentre os Brics, somente a Índia siga em crescimento acelerado.
Em relação à China, a projeção é de um PIB 7,3% maior em 2014, seguido por desempenhos anuais de +6,8% e +6,5%.
A Fitch revisou ainda a sua projeção para o crescimento do Japão, ante a recessão técnica verificada no terceiro trimestre.
O PIB em 2014 agora deve crescer 0,8%, ante projeção anterior de 1,4%. Apesar disso, a agência considera que a desaceleração é temporária e que o crescimento será maior nos próximos anos.
Já o Reino Unido apresenta crescimento forte e amplo, mas deve desacelerar até retornar ao seu potencial de expansão de médio prazo, que é entre 2% e 2,25%.
A ausência de pressões inflacionárias, apesar da melhora nos mercados de trabalho, implica que o Federal Reserve (banco central dos EUA) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também devem ser mais lentos ao aumentarem suas taxas básicas de juros.
A Fitch também espera que o BCE adie o anúncio de compra de títulos soberanos, já que há um processo de recuperação gradual nas economias europeias, o núcleo da inflação permanece estável e há uma série de obstáculos institucionais à medida.
A agência espera inflação de 0,6% em 2014 na zona do euro, com resultado de 0,9% em 2015 e de 1,3% em 2016.
No relatório, a Fitch também analisa a queda nos preços do petróleo, mas espera que estes voltem a subir à medida que a demanda pela commodity cresce, em conformidade com as projeções traçadas para o PIB global.