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Fipe reduz projeção do IPC de abril de 0,11% para 0,04%

Em março, o IPC-Fipe ficou estável, já na terceira quadrissemana de abril mostrou queda de 0,02%

IPC: índice foi reduzido de 0,11% para 0,04% após surpresas em quatro dos sete grupos que compõem o indicador (Ricardo Matsukawa/VEJA)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2018 às 14h23.

São Paulo - A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor ( IPC ) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de abril foi reduzida de 0,11% para 0,04% após surpresas em quatro dos sete grupos que compõem o indicador na medição da terceira quadrissemana do mês, afirmou o economista da instituição Moacir Yabiku.

Em março, o IPC-Fipe ficou estável, já na terceira quadrissemana de abril mostrou queda de 0,02%, de recuo de 0,01% na leitura imediatamente anterior. A previsão da Fipe era de aumento de 0,04%.

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Mais uma vez, Alimentação foi o segmento que mais surpreendeu, ressaltou Yabiku. A Fipe esperava variação zero na terceira quadrissemana, mas o grupo repetiu a taxa negativa de 0,17% da segunda leitura de abril, com surpresas de baixa em vários itens.

Carnes bovinas, por exemplo, caiu 1,48% ante a previsão de 0,73% e o item aves teve queda de 3,83%, enquanto a expectativa era de recuo de 2,80%. Na segunda quadrissemana, as taxas foram de -0,89% e -4,95%, respectivamente.

Segundo o economista da Fipe, enquanto o frango sofre com os embargos à exportação após investigações de fraudes no setor, a carne bovina tem excesso de oferta, já que, de acordo com ele, parte do gado leiteiro foi para o abate após os preços baixos de leite no ano passado. O efeito adverso é o aumento do leite longa vida, que subiu de 6,96% para 7,47%, ponderou.

Além das carnes, frutas também mostraram preços melhores do que o previsto pela Fipe, alta de 0,60% (ante 2,66%) enquanto a projeção era de 1,05%, assim como legumes, que teve queda de 2,91% (após -2,77%) ante estimativa de -2,46%.

Por isso, segundo com a previsão da Fipe, Alimentação deve ter novo recuo no fechamento do IPC de abril, de 0,01%. Anteriormente, a projeção era de alta de 0,22%. Em fevereiro, houve queda de 0,95% e, em março, ligeiro avanço de 0,04%.

"É uma mistura de boas safras, com condições de mercado desfavoráveis e demanda apertada para manter os preços em baixa. No segundo semestre, a expectativa é de aumento, mas ainda é dúvida diante desse comportamento e do quadro de alto desemprego", avaliou o economista da Fipe. Em 12 meses, Alimentação tem recuo de 1,59%.

As outras surpresas favoráveis no IPC da terceira quadrissemana de abril foram em Habitação (0,08% para -0,01%), Transportes (0,15% para 0,09%) e Despesas Pessoais (-0,51% para -0,42%), conforme Yabiku.

Em Habitação, a Fipe esperava aumento de 0,03% e Yabiku afirmou que a principal surpresa foi em equipamentos no domicílio (0,24% para 0,15%) por influência de televisor (-1,58% para -1,70%). "As compras estão sendo incentivadas pelas empresas, mas sem conseguir aumentar o preço."

No caso de Transportes, para qual a Fipe previa aumento de 0,15%, a contribuição foi de etanol (-0,04% para -1,25%). Assim, a projeção para o fim de abril passou de 0,16% para 0,12%, com a expectativa de alta maior de gasolina (0,58% para 0,55%). Já em Despesas Diversas, viagens teve deflação ainda maior (-7,24% para -7,91%), provocando queda mais forte que a esperada pela Fipe (-0,36%), e alterando a expectativa para o mês de -0,18% para -0,19%.

Por outro lado, o aumento dos medicamentos (0,64% para 0,94%) provocou leve ajuste na projeção para o grupo Saúde (0,98% para 0,99%), afirmou Yabiku. Os remédios respondem à pressão do reajuste anual de 2,43%, que começou a valer no dia 31 de março. A expectativa para Vestuário passou de 0,20% para 0,23%, enquanto a previsão de Educação foi mantida em 0,12%.

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