Economia

Fipe: IPC de junho deve sentir efeitos maiores da greve e subir 0,57%

Para junho, a gasolina deve desacelerar a alta, embora deva continuar elevada com a perspectiva de manutenção de reajustes diários dos preços

Preços: coordenador do índice avaliou que o mês de maio já foi completamente "atípico" por causa do impacto da greve (Paulo Fridman/Bloomberg)

Preços: coordenador do índice avaliou que o mês de maio já foi completamente "atípico" por causa do impacto da greve (Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2018 às 16h34.

São Paulo - Após registrar em maio aumento de 0,19% - o primeiro desde janeiro (0,46%), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) deve subir 0,57% em junho, de acordo com o coordenador do índice, Guilherme Moreira, sentindo de forma mais intensa os efeitos da greve dos caminhoneiros sobre a oferta de produtos. No mesmo mês de 2017, o IPC-Fipe subira 0,05%.

Moreira avaliou que o mês de maio já foi completamente "atípico" por causa do impacto da greve. Segundo ele, apenas a gasolina (3,67%) e a batata (19,39%), que sofreram bastante com a restrição da oferta, responderam por mais de 70% da alta do índice na última quadrissemana, com 46% e 25%, respectivamente. Na terceira leitura, o IPC-Fipe teve aumento de 0,01%, enquanto, em abril, houve queda de 0,03%.

"Se não fossem esses dois itens, o IPC teria continuado bem próximo de zero em maio. Até porque ainda há muitos itens com peso alto caindo. E há acumulado do ano baixíssimo"

Para junho, a gasolina deve desacelerar a alta, embora deva continuar elevada com a perspectiva de manutenção de reajustes diários dos preços. Moreira destaca que, em 12 meses, o combustível acumula 22% de aumento e, no ano, 6,39%.

Assim, Transportes deve ter alívio ligeiro de maio (0,59%) para junho (0,43%), conforme a projeção da Fipe. Em abril, houve avanço de 0,05%.

Já alguns itens alimentícios, como in natura e os semielaborados, devem continuar com restrição de oferta, principalmente porque alguns produtos, como a carne de frango, tiveram a cadeia de produção afetada, com as aves morrendo, por exemplo.

Para Alimentação, Moreira estima avanço 1,55% este mês. Esse conjunto de preços passou de -0,10% em abril para 0,62% no mês passado.

Até a greve, havia excesso de oferta de frango devido, principalmente, aos problemas com a Operação Carne Fraca, que restringiram a exportação do produto. Por isso, no ano, o frango tem queda de 12,48%.

Para junho, Moreira cita ainda o impacto do acionamento da bandeira vermelha 2 de energia, em substituição, à amarela vigente em abril, embora esse efeito deva ser diluído vários meses, já que a Fipe só capta o aumento à medida em que os consumidores recebem as contas de luz. Segundo cálculos da equipe responsável pelo IPC, a mudança deve ter impacto de 0,29 ponto porcentual no índice ao longo dos próximos meses.

Assim, Habitação deve voltar a ficar positiva este mês depois de encerrar maio com queda de 0,35% e abril com recuo de 0,13%. A projeção da Fipe é de alta de 0,13%.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosConsumidoresFipeGrevesIPCPreços

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação