Mantega: Boletim Focus dessa semana mostra que o mercado espera crescimento de 2,28% da economia brasileira em 2013 (REUTERS/ Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2013 às 10h06.
São Paulo – O jornal Financial Times, em seu blog Beyond Brics, comentou o que seria o otimismo do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, com relação ao PIB brasileiro. De acordo com o jornal, ninguém no país deu muita importância quando ele alterou a projeção de crescimento da economia brasileira em 2013 para algo entre 2,5% e 3% - e já há projeções no país inferiores a esse número.
No artigo, intitulado “Brazil to grow 3%? Yeah right, Mantega” (algo como, O Brasil crescer 3%? Até parece, Mantega, em tradução livre) o Financial Times citou o otimismo de Mantega quando faz projeções sobre o PIB brasileiro e lembrou de quando ele chamou de piada a projeção do Credit Suisse para o crescimento da economia em 2013 – e o país acabou crescendo menos do que o banco previu.
A projeção do mercado dada pelo Boletim Focus para o crescimento do PIB caiu novamente nessa semana. A expectativa é que a economia brasileira cresça 2,28% em 2013 e 2,60% em 2014.
Não é a primeira vez que a imprensa internacional é irônica com o ministro. No final de 2012, após o PIB do terceiro trimestre daquele ano ficar abaixo do esperado, a revista Economist sugeriu à presidente Dilma que demitisse Mantega. Em junho de 2013, a revista voltou a tocar no assunto, afirmando que sua primeira opinião havia tornado Mantega “indemitível”, então tentaria uma estratégia diferente, dizendo que ele era um sucesso.
Nesse ano, surgiram rumores de que o ministro poderia efetivamente perder o cargo. O assunto foi negado oficialmente e Mantega afirmou, na época, que era uma irresponsabilidade espalhar notícias sobre a saída ou demissão de integrantes da equipe econômica.
Quem deixou, de fato, o Ministério da Fazenda nesse ano foi o secretário-executivo Nelson Barbosa, segundo na pasta liderada por Mantega. Barbosa pediu exoneração do cargo “por razões pessoais”.
Nessa semana, o New York Times destacou os altos preços de alguns produtos no Brasil.