São Paulo - A quantidade de pessoas à procura de crédito recuou 6,0% em abril na comparação com o mês anterior. Em relação a abril de 2009, a demanda do consumidor por financiamentos avançou 12,4%, o menor ritmo de crescimento anual em quatro meses, segundo dados da Serasa Experian.

O gerente de Indicadores de Mercado da empresa, Luiz Rabi, diz que o menor número de dias úteis em abril (20 contra 23) explica a queda sobre março. Na comparação anual, o resultado de 12,4% - embora expressivo - é inferior aos registrados nos três primeiros meses. "O consumidor já não tem mais o estímulo do IPI reduzido", diz Rabi. Durante a crise internacional, o governo federal diminuiu as alíquotas de IPI de bens duráveis como veículos e eletrodomésticos da linha branca com o objetivo de impulsionar as vendas.

Nos próximos meses, a tendência é de crescimento mais moderado, com a demanda das pessoas por crédito acumulando alta levemente inferior a 10%, segundo previsão da Serasa Experian. "Aos poucos, o efeito da alta dos juros será sentido pelo consumidor", afirma Rabi, que estima uma defasagem de pelo menos três meses entre o aperto do Banco Central e o impacto nas lojas e nos bancos.

A pesquisa mensal aponta ainda que apenas a classe de menor renda (até R$ 500,00) não apresentou queda na demanda por crédito em abril. "Essa foi a última classe a sair da crise, mas a tendência também é de recuo nos próximos meses", explica Rabi.

As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste lideram a demanda por crédito neste ano. O desempenho mais modesto nos estados do Sul é explicado pelo dólar barato. "O câmbio valorizado tira um pouco o dinamismo da economia dessa região, que é mais integrada aos países do Mercosul", salienta Rabi.