Fiesp prevê US$ 100 bi de déficit com manufaturados
Paulo Skaf, presidente da Fiesp cobrou a reestruturação da equipe de defesa comercial do ministério e agilidade nas ações de combate à importação ilegal
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 12h21.
São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje que prevê um déficit na balança comercial de produtos manufaturados de US$ 100 bilhões neste ano. Em 2010, o déficit foi de US$ 72 bilhões. Em entrevista após se reunir com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, Skaf cobrou a reestruturação da equipe de defesa comercial do ministério e agilidade nas ações de combate à importação ilegal e práticas desleais.
"Com o andar da carruagem, ou se fazem medidas eficientes que realmente inibam a importação de manufaturados, ou nós vamos ter um déficit maior que o do ano passado. A importação está crescendo, não está diminuindo nem estacionada", afirmou. "Não pode haver economia na defesa comercial de um País", afirmou Skaf.
De acordo com Skaf, Pimentel reconheceu a necessidade de uma reestruturação na área de defesa comercial brasileira, tema que ocupou a maior parte da reunião. "O ministro disse que concorda e que vai reestruturar o mais rapidamente possível a equipe de defesa comercial", relatou o presidente da Fiesp. "A estrutura do MDIC na área de defesa comercial é muito pequena, insuficiente para as necessidades do País. É preciso encorpá-la."
Skaf elogiou a intenção do governo de elevar alíquota do imposto de importação de setores mais afetados pelas importações, mas ressaltou que é preciso um conjunto de medidas para resolver a questão. "Alguns setores que se mostram atingidos podem diminuir um pouco a desvantagem que a guerra cambial está nos trazendo", afirmou. "Só que a elevação da alíquota sozinha não resolve. Precisamos de um conjunto de medidas de combate à importação ilegal e práticas desleais, além de competência, agilidade e vontade política para tomar as medidas rapidamente. Precisamos fazer como os outros países fazem conosco: se tem indício de dumping, já sobretaxa. Depois, se não comprovar, recua da medida."