Economia

Fiesp: indústria retomará em março produção pré-crise

A indústria de São Paulo deve retomar em março de 2010 o nível de produção registrado no período anterior à eclosão da crise financeira internacional, ocorrida em setembro de 2008. A geração de emprego, contudo, deve demorar mais para se recuperar em relação ao patamar registrado antes do credit crunch, o que deve ocorrer somente […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

A indústria de São Paulo deve retomar em março de 2010 o nível de produção registrado no período anterior à eclosão da crise financeira internacional, ocorrida em setembro de 2008. A geração de emprego, contudo, deve demorar mais para se recuperar em relação ao patamar registrado antes do credit crunch, o que deve ocorrer somente no primeiro trimestre de 2011. Essas conclusões fazem parte de análise realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre as perspectivas do setor manufatureiro no Estado a partir do próximo ano.

De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, a explicação sobre esses fatos é o aumento da produtividade, o que esclarece, em parte, a defasagem entre o tempo de recuperação da produção industrial e o período de retomada da geração mais avantajada de empregos. "Antes da crise, as empresas trabalhavam muito intensamente, pois a conjuntura econômica era de fartura. Com os desdobramentos da crise, as indústrias tomaram medidas com rapidez para reduzir seus custos e otimizar suas fábricas. Com o fim da crise, as companhias perceberam que trabalhavam com algum excesso que poderia ser cortado, o que está ocorrendo agora", afirmou.

O diretor da Fiesp fez ainda uma comparação com o que ocorreu nas casas e fábricas do País após o apagão de 2001. Ele destacou, por exemplo, que muitas pessoas e empresas adotaram novos hábitos em suas residências e escritórios para economizar eletricidade, como a ampliação do uso de lâmpadas fluorescentes. "Quando acabou o problema do apagão, as pessoas incorporaram aquelas práticas que evitavam desperdício de energia em seu cotidiano", ressaltou.

A Fiesp prevê também que o nível de atividade da economia continuará se aquecendo nos próximos trimestres e estima que o PIB, na margem, cresceu 2% entre julho e setembro deste ano, taxa que deve se repetir entre outubro e dezembro. Se tal ritmo de expansão for confirmado, a entidade projeta que o País deve apresentar um incremento no PIB de 0,4% este ano. "Caso tal velocidade de expansão no fim de 2009 seja mantida ao longo de 2010, isso deve agregar 3 pontos porcentuais ao PIB no próximo ano. Portanto, é possível observar que não é tão difícil atingir os 6,2% de aumento do PIB que estamos prevendo", comentou Francini.

O diretor explicou que a projeção de crescimento de 6,2% para o PIB em 2010 feita pela Fiesp leva em consideração alguns elementos. Um deles é o carregamento estatístico (carry over) de 2009 para 2010. Além desse fator, a entidade prevê que o crescimento da massa salarial ampliada, a expansão da concessão de crédito e o fim da recessão nos países centrais deve colaborar para sustentar em um patamar elevado o crescimento do País no próximo ano.

Para 2010, a Fiesp estima uma alta de 6,7% da massa salarial ampliada, formada pelo total de rendimentos obtidos pelos trabalhadores, pelos benefícios previdenciários e pelos relativos à rede de proteção social. Segundo a Fiesp, essa marca é superior ao avanço de 5,2% desse indicador para 2009. A entidade prevê ainda um incremento de 24% do crédito na categoria recursos livres para o próximo ano, número bem maior do que o avanço de 9,6% que deve ser apurado neste ano. "Prevemos que a concessão de crédito no Brasil deve superar 50% do PIB no próximo ano e é até possível que alcance algo próximo a 55% do Produto Interno Bruto", afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp.

 

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