Informações são da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 14h56.
São Paulo - O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, manteve nesta segunda-feira sua expectativa de que o indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) chegará ao final de junho ao nível de 0,10%. Em entrevista à Agência Estado, ele avaliou que o comportamento do índice na primeira metade do mês vem seguindo em linha com a previsão estabelecida.
Nesta segunda-feira, a FGV divulgou que o IPC-S registrou taxa de 0,28% na segunda quadrissemana do mês. O resultado foi 0,15 ponto porcentual inferior ao da primeira leitura de junho, de 0,43%. Também foi o menor número desde a taxa de 0,24%, apurada no encerramento de fevereiro.
"O resultado veio sem surpresas. É essa trajetória mesmo que estamos esperando", disse Picchetti, que aguarda manutenção do processo de desaceleração na alta do IPC-S nas divulgações seguintes da FGV. "Com o índice não tendo grandes surpresas, deve rumar para aquele nível de 0,10% mesmo", acrescentou.
O IPC-S na segunda quadrissemana de junho continuou tendo mais forças de desaceleração do que de aceleração. Na comparação com a primeira leitura do mês, sete das oito classes de despesas pesquisadas pela FGV mostraram variações menores.
O destaque novamente foi o grupo Transportes, cuja queda foi de 0,65%, mais intensa que a de 0,39% da primeira leitura de junho. Mais uma vez, o item automóvel novo liderou o ranking de pressões de baixa do IPC-S, com um recuo de 3,46%, também mais forte que o de 2,08% da quadrissemana anterior.
De acordo com Picchetti, não somente o item liderou este ranking como também foi que mais ajudou na desaceleração da taxa geral de inflação. Segundo o coordenador, do total de 0,15 ponto porcentual que IPC-S perdeu entre a primeira e a segunda medição de junho, 0,05 ponto porcentual foi representado pelo automóvel novo.
Do lado das pressões de alta, a FGV contou novamente com o grupo Alimentação como principal representante. Mas, apesar de trazer uma elevação de 0,74%, houve uma levíssima desaceleração ante o avanço de 0,76% verificada na primeira quadrissemana. Segundo Picchetti, há uma disputa de forças dentro do grupo. Enquanto alguns itens in natura vêm pressionando a variação para cima, outros itens, como os ligados às carnes, vêm exercendo força contrária.
Na parte in natura, o vilão principal continua sendo o tomate, cujo aumento, de 26,37%, foi, entretanto, um pouco menos forte que o de 27,18% da primeira quadrissemana. Na parte de carnes, por exemplo, o item costela recuou 3,66%, bem mais do que a variação negativa de 1,14% da medição anterior.
Picchetti também chamou a atenção para os preços relacionados à Alimentação Fora do Domicílio. Segundo a FGV, o item Refeição em Bares e Restaurantes ficou na terceira colocação do ranking de pressões de alta, mesmo subindo 0,58%, menos que o avanço anterior de 0,72%.
Em outra classificação de grupos realizada pelo coordenador, o de Serviços vem mostrando desaceleração. Entre a primeira e a segunda quadrissemana, a alta do grupo passou de 0,82% para 0,66%. Quanto aos grupos de Industrializados e Comercializáveis, ambos tiveram quedas, de 0,07% e de 0,06%, respectivamente, na segunda leitura de junho. Na primeira, haviam apresentado altas de 0,08% e de 0,09%, pela ordem.