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2014 tem sido um ano ruim para indústria, diz FGV

Superintendente da FGV explicou que principal fator para melhora no índice de confiança se deu por avanço em perspectivas para negócios em período de seis meses

Indústria: "A indústria continua em uma região de confiança extremamente baixa", disse superintendente (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 15h11.

São Paulo - As empresas da indústria de transformação podem ter se mostrado excessivamente pessimistas em setembro, alertou o superintendente de ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas ( FGV ), Aloisio Campelo.

Em conversa com jornalistas, Campelo relativizou a melhora no Índice de Confiança da Indústria neste mês.

Ele afirmou que pode ter ocorrido um movimento de calibragem nas expectativas para os próximos seis meses, que estavam muito baixas, e que os indicadores atuais ainda não corroboram a tese de uma melhora consistente da indústria.

"Ainda temos de observar se em novembro está havendo uma recuperação da indústria", disse, lembrando que a definição da eleição retira incertezas e pode ter alguma capacidade para diminuir o pessimismo.

Campelo explicou que o principal fator para essa melhora no índice de confiança se deu pelo avanço nas perspectivas para os negócios em um período de seis meses.

"Havia algum impacto desse aumento de incertezas provocado pelo período eleitoral, esse componente de incerteza colaborou para intensificar esse pessimismo. Agora temos um primeiro sinal de atenuação disso, e talvez também tenha algum vislumbre de que a situação não era tão pessimista", afirmou.

No entanto, ele alertou que esse movimento ocorreu muito mais pela diminuição do pessimismo do que por um crescimento do otimismo.

A proporção de empresas que projetavam uma piora nos negócios em seis meses era de 29,9% em setembro, e recuou para 18,6% em outubro.

As que projetavam um cenário neutro passaram de 44,3% para 54,3%, enquanto as que viram uma melhora subiram de 25,8% para 27,1%. Ou seja, a migração se deu do pessimismo para a neutralidade.

Ele lembrou que 2014 tem sido um ano muito ruim para o setor, e que as variáveis que medem a situação atual ainda são fracas, como o Nível de Utilização da Capacidade Instalada abaixo da média histórica e os níveis de estoques excessivos em diversos segmentos.

"A indústria continua em uma região de confiança extremamente baixa", acrescentou.

O Índice de Confiança da Indústria marcou 82,6 em outubro, de 81,1 em setembro. O limite que indica uma área de confiança extremamente baixa é de 90,7, acrescentou.

O indicador está abaixo desse nível desde março. "A alta no mês é relativamente tímida", avaliou, lembrando que o indicador ainda está 15,8% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar de o indicador de confiança ter melhorado no número geral, dos 14 segmentos monitorados, apenas sete mostraram uma melhora.

"Uma virada consistente depende de esse movimento estar mais espalhado", disse. E

le lembrou que o indicador de expectativas em seis meses registrou uma alta tão forte, de um patamar muito baixo, que ofuscou as demais medidas.

O índice de expectativas subiu para 85,9, uma alta de 4,9% na margem.

"Ainda não dá para afirmar que indica uma tendência de melhora."

Ele lembrou que o ruído das eleições influenciou o indicador a apresentar um comportamento mais volátil.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 1,0 ponto porcentual em outubro, para 82,0%.

Esse é o menor patamar desde agosto de 2009, quando marcava 81,2%.

"Pela queda do Nuci, há a possibilidade de a indústria ter um desempenho negativo na produção", afirmou.

Além de as indústrias estarem utilizando um nível baixo da capacidade instalada, os estoques continuam elevados.

O porcentual de empresas que relatou ter estoques excessivos subiu de 14,1% em setembro para 14,6% em outubro.

"Os estoques da indústria são mais um fator a não sustentar uma virada consistente no momento", explicou.

Campelo também lembrou que o nível de demanda projetado para três meses, especialmente a interna, está muito fraco e se aproxima dos níveis de 2009.

Em outubro, 3,7% das empresas reportaram um nível de demanda interna forte, e 31,8% como fraca.

A demanda externa apresentou alguma melhora, e Campelo levantou a possibilidade de isso se dar por conta de um real mais depreciado, mas lembrou que esse movimento ainda é "muito embrionário".

"O setor precisa de um tempo para poder usufruir de um novo nível de câmbio, ele precisa estabilizar", disse.

O superintendente relatou uma melhora no nível de demanda no segmento de bens de capital, que é um setor que costuma antecipar projetos de investimentos.

Essa percepção da demanda vinha caindo desde janeiro e avançou na margem, mas Campelo lembrou que esse indicador também continua longe da média histórica.

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São Paulo - As empresas da indústria de transformação podem ter se mostrado excessivamente pessimistas em setembro, alertou o superintendente de ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas ( FGV ), Aloisio Campelo.

Em conversa com jornalistas, Campelo relativizou a melhora no Índice de Confiança da Indústria neste mês.

Ele afirmou que pode ter ocorrido um movimento de calibragem nas expectativas para os próximos seis meses, que estavam muito baixas, e que os indicadores atuais ainda não corroboram a tese de uma melhora consistente da indústria.

"Ainda temos de observar se em novembro está havendo uma recuperação da indústria", disse, lembrando que a definição da eleição retira incertezas e pode ter alguma capacidade para diminuir o pessimismo.

Campelo explicou que o principal fator para essa melhora no índice de confiança se deu pelo avanço nas perspectivas para os negócios em um período de seis meses.

"Havia algum impacto desse aumento de incertezas provocado pelo período eleitoral, esse componente de incerteza colaborou para intensificar esse pessimismo. Agora temos um primeiro sinal de atenuação disso, e talvez também tenha algum vislumbre de que a situação não era tão pessimista", afirmou.

No entanto, ele alertou que esse movimento ocorreu muito mais pela diminuição do pessimismo do que por um crescimento do otimismo.

A proporção de empresas que projetavam uma piora nos negócios em seis meses era de 29,9% em setembro, e recuou para 18,6% em outubro.

As que projetavam um cenário neutro passaram de 44,3% para 54,3%, enquanto as que viram uma melhora subiram de 25,8% para 27,1%. Ou seja, a migração se deu do pessimismo para a neutralidade.

Ele lembrou que 2014 tem sido um ano muito ruim para o setor, e que as variáveis que medem a situação atual ainda são fracas, como o Nível de Utilização da Capacidade Instalada abaixo da média histórica e os níveis de estoques excessivos em diversos segmentos.

"A indústria continua em uma região de confiança extremamente baixa", acrescentou.

O Índice de Confiança da Indústria marcou 82,6 em outubro, de 81,1 em setembro. O limite que indica uma área de confiança extremamente baixa é de 90,7, acrescentou.

O indicador está abaixo desse nível desde março. "A alta no mês é relativamente tímida", avaliou, lembrando que o indicador ainda está 15,8% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar de o indicador de confiança ter melhorado no número geral, dos 14 segmentos monitorados, apenas sete mostraram uma melhora.

"Uma virada consistente depende de esse movimento estar mais espalhado", disse. E

le lembrou que o indicador de expectativas em seis meses registrou uma alta tão forte, de um patamar muito baixo, que ofuscou as demais medidas.

O índice de expectativas subiu para 85,9, uma alta de 4,9% na margem.

"Ainda não dá para afirmar que indica uma tendência de melhora."

Ele lembrou que o ruído das eleições influenciou o indicador a apresentar um comportamento mais volátil.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 1,0 ponto porcentual em outubro, para 82,0%.

Esse é o menor patamar desde agosto de 2009, quando marcava 81,2%.

"Pela queda do Nuci, há a possibilidade de a indústria ter um desempenho negativo na produção", afirmou.

Além de as indústrias estarem utilizando um nível baixo da capacidade instalada, os estoques continuam elevados.

O porcentual de empresas que relatou ter estoques excessivos subiu de 14,1% em setembro para 14,6% em outubro.

"Os estoques da indústria são mais um fator a não sustentar uma virada consistente no momento", explicou.

Campelo também lembrou que o nível de demanda projetado para três meses, especialmente a interna, está muito fraco e se aproxima dos níveis de 2009.

Em outubro, 3,7% das empresas reportaram um nível de demanda interna forte, e 31,8% como fraca.

A demanda externa apresentou alguma melhora, e Campelo levantou a possibilidade de isso se dar por conta de um real mais depreciado, mas lembrou que esse movimento ainda é "muito embrionário".

"O setor precisa de um tempo para poder usufruir de um novo nível de câmbio, ele precisa estabilizar", disse.

O superintendente relatou uma melhora no nível de demanda no segmento de bens de capital, que é um setor que costuma antecipar projetos de investimentos.

Essa percepção da demanda vinha caindo desde janeiro e avançou na margem, mas Campelo lembrou que esse indicador também continua longe da média histórica.

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