FGC tem cerca de R$14 bi para dar liquidez a bancos
Pelo estatuto, o FGC pode usar até metade de seu patrimônio de 27,5 bilhões de reais para dar liquidez aos bancos
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 18h00.
São Paulo - Os bancos de pequeno e médio portes no Brasil estão mais preparados para enfrentar um possível agravamento da crise europeia mas, mesmo que isso aconteça, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) tem muita munição para prover liquidez ao sistema, disse um executivo.
"Tem muito dinheiro disponível e pouco está sendo usado", disse à Reuters o diretor-executivo do órgão privado, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva.
Pelo estatuto, o FGC pode usar até metade de seu patrimônio de 27,5 bilhões de reais para dar liquidez aos bancos. Segundo ele, atualmente apenas 2 bilhões de reais estão empenhados para esse fim.
O órgão criado em 1995 e mantido pelos bancos voltou à cena recentemente em meio a sinais de enfraquecimento dos bancos menores.
Na quinta-feira, a agência Moody's rebaixou a nota de crédito d Banco Cruzeiro do Sul, após a companhia ter constituído um fundo de direitos creditórios de 4,5 bilhões de reais, com administração externa, para receber recursos das carteiras de crédito consignado geradas pelo banco.
Isso depois de o Banco Central ter flexibilizado na semana passada algumas das medidas macroprudenciais para empréstimo consignado, empréstimo pessoal e financiamento de automóveis, com prazo de até 60 meses.
Segundo analistas, o alívio do BC deve dar fôlego a bancos menores especializados nessas linhas e que estavam mais apertados desde o anúncio das macroprudenciais no fim de 2010.
Assim como o Cruzeiro do Sul, Camargo Silva negou informações de que o banco teria acessado uma linha emergencial de 3 bilhões de reais com o FGC. Para o executivo, os bancos estão se antecipando a uma possível piora externa, aumentando caixa, o que reduz fortemente as chances de pedir socorro ao FGC. "Tem banco hoje que tem em caixa um valor maior do que o do patrimônio", disse.
Nesta semana, o BicBanco informou que tinha patrimônio de 2 bilhões de reais de patrimônio líquido no fim de setembro e que seu caixa disponível era de 3,7 bilhões de reais.
Em 2008, após a quebra do norte-americano Lehman Brothers, vários bancos de pequeno porte no Brasil ficaram sem acesso a recursos. Na época, o FGC teve que oferecer liquidez a vários deles.
Ainda assim, aquele episódio acabou resultando num movimento de consolidação bancária no país, incluindo a compra de metade do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil e de 35 por cento do Panamericano pela Caixa Econômica Federal.
O FGC acabou socorrendo posteriormente o Panamericano, após ter sido detectada uma fraude de mais de 4 bilhões de reais no banco -que teve seu controle vendido pelo empresário Silvio Santos ao BTG Pactual.
"Em 2008, a crise foi repentina, agora está sendo homeopática, o que está dando aos bancos chances de se anteciparem para evitar o pior", disse Camargo Silva.
O executivo disse desconhecer informações de que o presidente do Conselho de Administração do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, esteja para deixar o cargo no começo do ano que vem, um ano antes do término de seu mandato.
São Paulo - Os bancos de pequeno e médio portes no Brasil estão mais preparados para enfrentar um possível agravamento da crise europeia mas, mesmo que isso aconteça, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) tem muita munição para prover liquidez ao sistema, disse um executivo.
"Tem muito dinheiro disponível e pouco está sendo usado", disse à Reuters o diretor-executivo do órgão privado, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva.
Pelo estatuto, o FGC pode usar até metade de seu patrimônio de 27,5 bilhões de reais para dar liquidez aos bancos. Segundo ele, atualmente apenas 2 bilhões de reais estão empenhados para esse fim.
O órgão criado em 1995 e mantido pelos bancos voltou à cena recentemente em meio a sinais de enfraquecimento dos bancos menores.
Na quinta-feira, a agência Moody's rebaixou a nota de crédito d Banco Cruzeiro do Sul, após a companhia ter constituído um fundo de direitos creditórios de 4,5 bilhões de reais, com administração externa, para receber recursos das carteiras de crédito consignado geradas pelo banco.
Isso depois de o Banco Central ter flexibilizado na semana passada algumas das medidas macroprudenciais para empréstimo consignado, empréstimo pessoal e financiamento de automóveis, com prazo de até 60 meses.
Segundo analistas, o alívio do BC deve dar fôlego a bancos menores especializados nessas linhas e que estavam mais apertados desde o anúncio das macroprudenciais no fim de 2010.
Assim como o Cruzeiro do Sul, Camargo Silva negou informações de que o banco teria acessado uma linha emergencial de 3 bilhões de reais com o FGC. Para o executivo, os bancos estão se antecipando a uma possível piora externa, aumentando caixa, o que reduz fortemente as chances de pedir socorro ao FGC. "Tem banco hoje que tem em caixa um valor maior do que o do patrimônio", disse.
Nesta semana, o BicBanco informou que tinha patrimônio de 2 bilhões de reais de patrimônio líquido no fim de setembro e que seu caixa disponível era de 3,7 bilhões de reais.
Em 2008, após a quebra do norte-americano Lehman Brothers, vários bancos de pequeno porte no Brasil ficaram sem acesso a recursos. Na época, o FGC teve que oferecer liquidez a vários deles.
Ainda assim, aquele episódio acabou resultando num movimento de consolidação bancária no país, incluindo a compra de metade do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil e de 35 por cento do Panamericano pela Caixa Econômica Federal.
O FGC acabou socorrendo posteriormente o Panamericano, após ter sido detectada uma fraude de mais de 4 bilhões de reais no banco -que teve seu controle vendido pelo empresário Silvio Santos ao BTG Pactual.
"Em 2008, a crise foi repentina, agora está sendo homeopática, o que está dando aos bancos chances de se anteciparem para evitar o pior", disse Camargo Silva.
O executivo disse desconhecer informações de que o presidente do Conselho de Administração do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, esteja para deixar o cargo no começo do ano que vem, um ano antes do término de seu mandato.