Economia

Férias e lay-offs devem reduzir produção de veículos em maio

As vendas de veículos em maio deverão apresentar "mais ou menos o mesmo nível do mês anterior", quando foram emplacados 293,2 mil automóveis


	Vice-presidente Anfavea, Antonio Megale, avaliou ainda que a crise pela qual passa a indústria automotiva brasileira é um momento de atenção e preocupação, mas não de desespero
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Vice-presidente Anfavea, Antonio Megale, avaliou ainda que a crise pela qual passa a indústria automotiva brasileira é um momento de atenção e preocupação, mas não de desespero (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2015 às 17h41.

São Paulo - A produção de veículos em maio certamente será menor do que em abril, mas, juntamente com a estabilidade esperada nas vendas, ajudará a diminuir o nível de estoques nos pátios das montadoras e concessionárias, previu nesta segunda-feira, 25, o primeiro vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. Os dados oficiais serão divulgados no dia 8 de junho.

Em palestra durante workshop sobre tendências para o setor de automóveis e comerciais leves na capital paulista, o executivo não adiantou números, mas a previsão de uma produção menor em maio ante abril é calcada no maior número de medidas de corte de produção adotadas neste mês pelas montadoras, como férias coletivas e lay-offs (suspensão temporária dos contratos).

Megale previu também que as vendas de veículos em maio deverão apresentar "mais ou menos o mesmo nível do mês anterior". Em abril, foram emplacados 293,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em todo País.

Na primeira quinzena de maio, segundo antecipou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, na semana passada, as vendas acumulavam queda de 1,7% ante a primeira metade de abril e recuo 22,9% frente um ano atrás, ao totalizarem 102,2 mil unidades.

Em abril, o estoque total de veículos nas fábricas e concessionárias era de 367,2 mil unidades, o equivalente a 50 dias de vendas. De acordo com dados da Anfavea, a maior parte estava concentrada nas concessionárias, onde havia 235,8 mil veículos (32 dias de vendas), enquanto nas fábricas o estoque era de 131,4 mil veículos (18 dias). O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.

Momento de preocupação

Megale avaliou ainda que a crise pela qual passa a indústria automotiva brasileira é um momento de atenção e preocupação, mas não de desespero. Ele ponderou que as crises no setor são "cíclicas" e apostou na recuperação da confiança de investidores e consumidores, após a aprovação do ajuste fiscal em andamento, como o principal caminho para a retomada das vendas.

"Temos de ficar atentos, mas não desesperados", afirmou Megale a uma plateia de empresários e executivos do setor. O primeiro vice-presidente da Anfavea ponderou que, apesar da queda de 19,2% nas vendas de veículos novos no acumulado do primeiro quadrimestre em relação a igual período do ano passado, a situação do Brasil ainda é melhor do que a de outros países em épocas de crise.

Ele citou o exemplo dos Estados Unidos, cujos emplacamentos de veículos novos caíram 36% entre 2007 e 2009, período da crise financeira mundial.

O executivo reiterou que a aprovação das medidas do ajuste fiscal tocado pela equipe econômica é "vital" nesse processo de retomada da economia brasileira e, consequentemente, do setor, pois dará mais visibilidade a investidores e consumidores.

"A partir do ano que vem, teremos uma situação melhor", previu, lembrando que o mercado automotivo brasileiro historicamente não cresce de forma estável. Para 2015, a Anfavea projeta queda de 13,2% nas vendas e de 10% na produção ante 2014.

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