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Federal Reserve mantém taxa de juros e se diz "paciente" com novas altas

A ligeira mudança de tom na linguagem do Fed sobre altas de juros incluiu uma mudança na descrição de crescimento para "sólido" no lugar de "forte"

O presidente do Fed, Jerome Powell (Alex Wong/Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 17h30.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 17h55.

Washington - O Federal Reserve manteve as taxas de juros nesta quarta-feira, e disse que será paciente em elevar os custos dos empréstimos neste ano, ao apontar para crescente incerteza sobre a perspectiva econômica dos Estados Unidos.

Embora o Fed tenha dito que o crescimento continuado na economia e mercado de trabalho sejam "desfechos mais prováveis", o órgão retirou trechos do comunicado de política monetária de dezembro que afirmavam que os riscos à perspectiva estavam "praticamente equilibrados" e excluiu trecho em que projeta que "alguns outros" aumentos de juros seriam apropriados em 2019.

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Num texto à parte, o banco central norte-americano também afirmou que, enquanto continua sua redução mensal à folha de balanços, está preparado para alterar o ritmo "em face de desenvolvimentos econômicos e financeiros" no futuro.

Juntos, os documentos têm a intenção de transmitir a máxima flexibilidade de um órgão afetado nas últimas semanas por volatilidade e sinais de desaceleração da economia global.

"Em face dos desenvolvimentos econômicos globais e financeiros e pressões moderadas de inflação, o comitê será paciente" ao determinar novos aumentos de juros, disse o comitê de estabelecimento de juros do Fed em seu comunicado após uma reunião de dois dias.

O Fed não alterou a rolagem mensal de 50 bilhões de dólares em títulos dos Treasuries e títulos hipotecários de seu balanço. Alguns operadores instaram o banco a desacelerar ou interromper sua saída do mercado de títulos, ao menos por enquanto.

O Fed elevou juros quatro vezes no ano passado e sinalizou em dezembro que o faria duas vezes neste ano.

A perspectiva econômica, porém, se tornou mais nublada como resultado da recente volatilidade em mercados financeiros e por sinais de que o crescimento está desacelerando no exterior, incluindo na China e na zona do euro. Também há temores de que a paralisação parcial de 35 dias no governo dos EUA possa abalar o gasto de consumidores.

Nesta reunião, o Fed manteve sua taxa de empréstimo na faixa de 2,25 por cento a 2,5 por cento ao ano.

A ligeira mudança de tom na linguagem do Fed sobre altas de juros incluiu uma mudança na descrição de crescimento econômico para "sólido", no lugar de "forte" anteriormente", e notou que as medidas de compensação de inflação baseadas no mercado "se moveram para baixo nos últimos meses".

A decisão de política do Fed foi unânime.

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