Fed deve continuar com política de estímulo à economia
A criação de postos de trabalho para setembro foi decepcionante, com 148.000, apesar de a taxa de desemprego ter caído levemente a 7,2%
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2013 às 15h32.
Washington - O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve norte-americano, que se reúne nesta terça e quarta-feira, deve continuar mostrando paciência e manter seu estímulo à recuperação da economia, recentemente afetada pela crise orçamentária.
A maioria dos economistas estima que o Fed esperará ainda vários meses antes de reduzir as injeções extraordinárias de liquidez, após as duras negociações realizadas entre o governo e o Congresso que desembocaram no fechamento dos serviços federais durante a primeira metade do mês de outubro.
A criação de postos de trabalho para setembro foi decepcionante, com 148.000, apesar de a taxa de desemprego ter caído levemente a 7,2%.
A confiança dos consumidores, medida pelo indicador da Universidade de Michigan, caiu a seu nível de janeiro passado, em um sinal negativo anterior às vendas do fim do ano.
"Agora pensamos que o Fed vai adiar para o mês de março de 2014 a redução de sua ajuda", afirmaram em nota os analistas da Barclays Research. "A reunião do Comitê (FOMC) será um não-evento", afirmam os especialistas da Nomura, antes de acrescentar que não esperam "nenhuma mudança de política monetária".
"O fechamento do governo terá um impacto considerável no crescimento a curto prazo e já percebemos, entre os efeitos, a alta das taxas de juros no setor imobiliário e no consumo", acrescentou Nomura.
Segundo estimativas da agência de classificação de risco Standard and Poor's, o fechamento de alguns serviços públicos e pedido de seguro-desemprego de milhares de funcionários custará 24 bilhões de dólares à economia norte-americana e até 0,6 ponto percentual ao crescimento do quarto trimestre.
"Ainda não é tempo de reduzir" a ajuda.
Para reduzir as taxas e favorecer a recuperação, o Fed compra a cada mês desde o começo do ano, títulos do Tesouro e títulos vinculados a empréstimos hipotecários por 85 bilhões de dólares.
Durante sua última reunião em setembro, o FOMC esteve muito dividido sobre se começava a reduzir ou não a compra de ativos. Para surpresa dos mercados, resolveu manter a ajuda, antecipando a crise orçamentária que efetivamente aconteceu entre 1º e 17 de outubro.
Em seu último informe de conjuntura, o Livro Bege, o Fed descreveu uma expansão "modesta a moderada" com "uma incerteza crescente" no ambiente dos negócios "devido à paralisação do governo e ao debate sobre a dívida".
Desde então, alguns membros do FOMC tomaram posição favorável à manutenção da ajuda. "Ainda não é tempo de reduzir esta política monetária" ultraflexível, disse recentemente Charles Evans, presidente da regional do Fed em Chicago. "Os dados econômicos ainda não são suficientemente determinantes como para dizer que é tempo agora de ajustar o ritmo de compra de ativos".
O Federal Reserve ainda prevê manter duas reuniões em dezembro (17 e 18) e em janeiro (24 e 25) sob a direção de Ben Bernanke antes de que Janet Yellen tome as rédeas da instituição em março, se o Congresso confirma sua nomeação.
A candidata de Barack Obama comparecerá em audiência frente ao Senado em novembro, mas sua confirmação pode se complicar devido à oposição do senador republicano Rand Paul. Ele declarou na sexta-feira que se oporia à posse de Yellen se não fosse votada uma lei que exige auditoria do Fed.
"O povo norte-americano merece transparência pelo Federal Reserve e de todo o governo federal", declarou o senador de Kentucky.
Na quarta-feira, o FOMC prevê divulgar seu comunicado às 14H00 locais (16H00 de Brasília) segundo um procedimento de segurança reforçado, diante de suspeitas de que foram realizados movimentos antecipados no mercado.
Segundo o analista de dados em tempo real Nanex, os mercados de Chicago tinham recebido no dia 18 de setembro a notícia do FOMC milésimos de segundos antes, o que gerou trocas de milhões de dólares.
Washington - O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve norte-americano, que se reúne nesta terça e quarta-feira, deve continuar mostrando paciência e manter seu estímulo à recuperação da economia, recentemente afetada pela crise orçamentária.
A maioria dos economistas estima que o Fed esperará ainda vários meses antes de reduzir as injeções extraordinárias de liquidez, após as duras negociações realizadas entre o governo e o Congresso que desembocaram no fechamento dos serviços federais durante a primeira metade do mês de outubro.
A criação de postos de trabalho para setembro foi decepcionante, com 148.000, apesar de a taxa de desemprego ter caído levemente a 7,2%.
A confiança dos consumidores, medida pelo indicador da Universidade de Michigan, caiu a seu nível de janeiro passado, em um sinal negativo anterior às vendas do fim do ano.
"Agora pensamos que o Fed vai adiar para o mês de março de 2014 a redução de sua ajuda", afirmaram em nota os analistas da Barclays Research. "A reunião do Comitê (FOMC) será um não-evento", afirmam os especialistas da Nomura, antes de acrescentar que não esperam "nenhuma mudança de política monetária".
"O fechamento do governo terá um impacto considerável no crescimento a curto prazo e já percebemos, entre os efeitos, a alta das taxas de juros no setor imobiliário e no consumo", acrescentou Nomura.
Segundo estimativas da agência de classificação de risco Standard and Poor's, o fechamento de alguns serviços públicos e pedido de seguro-desemprego de milhares de funcionários custará 24 bilhões de dólares à economia norte-americana e até 0,6 ponto percentual ao crescimento do quarto trimestre.
"Ainda não é tempo de reduzir" a ajuda.
Para reduzir as taxas e favorecer a recuperação, o Fed compra a cada mês desde o começo do ano, títulos do Tesouro e títulos vinculados a empréstimos hipotecários por 85 bilhões de dólares.
Durante sua última reunião em setembro, o FOMC esteve muito dividido sobre se começava a reduzir ou não a compra de ativos. Para surpresa dos mercados, resolveu manter a ajuda, antecipando a crise orçamentária que efetivamente aconteceu entre 1º e 17 de outubro.
Em seu último informe de conjuntura, o Livro Bege, o Fed descreveu uma expansão "modesta a moderada" com "uma incerteza crescente" no ambiente dos negócios "devido à paralisação do governo e ao debate sobre a dívida".
Desde então, alguns membros do FOMC tomaram posição favorável à manutenção da ajuda. "Ainda não é tempo de reduzir esta política monetária" ultraflexível, disse recentemente Charles Evans, presidente da regional do Fed em Chicago. "Os dados econômicos ainda não são suficientemente determinantes como para dizer que é tempo agora de ajustar o ritmo de compra de ativos".
O Federal Reserve ainda prevê manter duas reuniões em dezembro (17 e 18) e em janeiro (24 e 25) sob a direção de Ben Bernanke antes de que Janet Yellen tome as rédeas da instituição em março, se o Congresso confirma sua nomeação.
A candidata de Barack Obama comparecerá em audiência frente ao Senado em novembro, mas sua confirmação pode se complicar devido à oposição do senador republicano Rand Paul. Ele declarou na sexta-feira que se oporia à posse de Yellen se não fosse votada uma lei que exige auditoria do Fed.
"O povo norte-americano merece transparência pelo Federal Reserve e de todo o governo federal", declarou o senador de Kentucky.
Na quarta-feira, o FOMC prevê divulgar seu comunicado às 14H00 locais (16H00 de Brasília) segundo um procedimento de segurança reforçado, diante de suspeitas de que foram realizados movimentos antecipados no mercado.
Segundo o analista de dados em tempo real Nanex, os mercados de Chicago tinham recebido no dia 18 de setembro a notícia do FOMC milésimos de segundos antes, o que gerou trocas de milhões de dólares.