Febraban nega concentração e diz que país tem padrão Canadá
Febraban afirma que mercado brasileiro de bancos não é mais concentrado que o de países como Austrália e Canadá
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 09h20.
Brasília - A Federação Brasileira dos Bancos ( Febraban ) nega que haja concentração excessiva no mercado bancário. Para a entidade, o cenário nacional é semelhante ao de economias como Austrália e Canadá.
Enquanto isso, o governo federal avalia iniciativas para tentar atrair mais bancos estrangeiros. Segundo o Banco Central (BC), duas instituições internacionais aguardam autorização para abrir filial no Brasil. Interessados têm olhado especialmente o mercado de nichos, como operações estruturadas e atacado.
A entidade que representa grandes e pequenos bancos não entende que exista problema de concentração no País. A Federação cita estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2014 que menciona que a concentração das três maiores instituições financeiras brasileiras "estava abaixo do Canadá, Japão, Reino Unido, França e Espanha".
A Febraban reconhece, porém, que a concentração aumentou após a crise de 2008. Inicialmente, bancos problemáticos foram absorvidos por instituições mais saudáveis.
Depois, a regulação passou a exigir capital extra das instituições financeiras, o que acelerou a saída de outras casas.
"Diante do forte aumento regulatório, bancos passaram a rever operações em outros países e a concentrar suas atividades nas áreas mais lucrativas e representativas", cita a entidade, em nota.
Estrangeiros
Na equipe econômica, há estudos para tentar facilitar a entrada de bancos estrangeiros no País. Com o argumento de que esse movimento pode aumentar a concorrência e reduzir as taxas de juros cobradas de empresas e famílias, o governo cogita reduzir algumas exigências.
O interesse dos estrangeiros, porém, não parece muito intenso. Atualmente, há apenas dois pedidos de autorização para entrada no mercado nacional, diz o BC.
Uma fonte do setor bancário explica que estrangeiros têm interesse, mas o foco é segmentado. "Não há banco internacional que avalia entrar para concorrer com os cinco grandes. O olhar que continua é de nicho", diz o executivo de uma instituição internacional. Entre os segmentos que atraem mais atenção, estão operações estruturadas e atendimento às grandes empresas - segmento em que o HSBC e Citibank continuarão no País - e atendimento de setores específicos - como no agronegócio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.