Fazenda e BC veem "recuperação gradual" da economia
Tanto o ministro Guido Mantega como o presidente Alexandre Tombini afirmaram que, mesmo com o cenário internacional ainda adverso, o Brasil tem condições de crescer mais
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2012 às 14h16.
São Paulo - Os dois principais comandantes da equipe econômica defenderam nesta sexta-feira que a econômica brasileira está em "recuperação gradual" e que a atividade aumentará neste segundo semestre. Mas ainda há preocupações com os investimentos, que continuaram fracos.
Tanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmaram que, mesmo com o cenário internacional ainda adverso, o Brasil tem condições de crescer mais daqui para frente.
"O crescimento do PIB ... confirma a recuperação gradual da atividade econômica no primeiro semestre", disse Tombini por meio de nota.
"Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste segundo semestre e do próximo ano", acrescentou.
A economia brasileira cresceu 0,4 por cento no segundo trimestre deste ano, quando comparada com o primeiro trimestre, mostrando ainda uma recuperação tímida da atividade. Um dos destaques negativos foram os investimentos, que recuaram 0,7 por cento no período.
Mantega argumentou que os investimentos levam mais tempo para reagir a estímulos e classificou como "bom" o resultado do PIB, mas salientou que ele "está no retrovisor".
Para o ministro, o governo tem agido para reduzir os custos dos investimentos e que, na próxima semana, novas ações neste sentido serão anunciadas.
"Estamos criando condições para que os investimentos cresçam apesar da crise europeia", afirmou o ministro em entrevista à imprensa nacional nesta manhã.
Segundo Mantega, o governo vai aumentar oferta da logística e reduzir custos. Ele lembrou ainda que o governo tem feito desonerações tributárias e na folha de pagamentos, que ajudam no custo da indústria.
O objetivo é garantir crescimento de 4,5 por cento no próximo ano, número que está sendo encarado como uma meta "ousada" pelo governo.
Inflação do radar
Mantega também procurou mostrar que o governo continua atento à inflação, dizendo que as reduções que o governo têm feito nos custos de investimentos ajudarão a manter os preços sob controle.
"Custo financeiro menor, custo tributário menor e custo de logística menor ajudam a deixar a inflação sob controle mesmo com juros em queda", afirmou ele.
O BC já reduziu a taxa básica de juros Selic nove vezes seguidas, para a mínima histórica de 7,50 por cento ao ano, como parte da estratégia do governo de acelerar a economia.
O mercado, no entanto, acredita que a inflação ficará mais pressionada, sobretudo no próximo ano, o que poderia levar a aumentos na Selic.
Ceticismo
Apesar do discurso otimista, há avaliações dentro da equipe econômica de que dificilmente a economia brasileira crescerá 1,5 por cento este ano. Isso porque o investimento e o setor industrial não estão reagindo com intensidade e velocidade suficientes.
"O investimento vai reagir no terceiro trimestre, mas ainda será uma reação fraca", afirmou uma fonte próxima da área econômica.
Uma outra fonte do governo que pediu para não ser identificada repetiu "o investimento continua sendo o nó da questão".
Oficialmente, o governo prevê crescimento de 3 por cento neste ano, enquanto o BC enxerga expansão de 2,5 por cento.
São Paulo - Os dois principais comandantes da equipe econômica defenderam nesta sexta-feira que a econômica brasileira está em "recuperação gradual" e que a atividade aumentará neste segundo semestre. Mas ainda há preocupações com os investimentos, que continuaram fracos.
Tanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmaram que, mesmo com o cenário internacional ainda adverso, o Brasil tem condições de crescer mais daqui para frente.
"O crescimento do PIB ... confirma a recuperação gradual da atividade econômica no primeiro semestre", disse Tombini por meio de nota.
"Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste segundo semestre e do próximo ano", acrescentou.
A economia brasileira cresceu 0,4 por cento no segundo trimestre deste ano, quando comparada com o primeiro trimestre, mostrando ainda uma recuperação tímida da atividade. Um dos destaques negativos foram os investimentos, que recuaram 0,7 por cento no período.
Mantega argumentou que os investimentos levam mais tempo para reagir a estímulos e classificou como "bom" o resultado do PIB, mas salientou que ele "está no retrovisor".
Para o ministro, o governo tem agido para reduzir os custos dos investimentos e que, na próxima semana, novas ações neste sentido serão anunciadas.
"Estamos criando condições para que os investimentos cresçam apesar da crise europeia", afirmou o ministro em entrevista à imprensa nacional nesta manhã.
Segundo Mantega, o governo vai aumentar oferta da logística e reduzir custos. Ele lembrou ainda que o governo tem feito desonerações tributárias e na folha de pagamentos, que ajudam no custo da indústria.
O objetivo é garantir crescimento de 4,5 por cento no próximo ano, número que está sendo encarado como uma meta "ousada" pelo governo.
Inflação do radar
Mantega também procurou mostrar que o governo continua atento à inflação, dizendo que as reduções que o governo têm feito nos custos de investimentos ajudarão a manter os preços sob controle.
"Custo financeiro menor, custo tributário menor e custo de logística menor ajudam a deixar a inflação sob controle mesmo com juros em queda", afirmou ele.
O BC já reduziu a taxa básica de juros Selic nove vezes seguidas, para a mínima histórica de 7,50 por cento ao ano, como parte da estratégia do governo de acelerar a economia.
O mercado, no entanto, acredita que a inflação ficará mais pressionada, sobretudo no próximo ano, o que poderia levar a aumentos na Selic.
Ceticismo
Apesar do discurso otimista, há avaliações dentro da equipe econômica de que dificilmente a economia brasileira crescerá 1,5 por cento este ano. Isso porque o investimento e o setor industrial não estão reagindo com intensidade e velocidade suficientes.
"O investimento vai reagir no terceiro trimestre, mas ainda será uma reação fraca", afirmou uma fonte próxima da área econômica.
Uma outra fonte do governo que pediu para não ser identificada repetiu "o investimento continua sendo o nó da questão".
Oficialmente, o governo prevê crescimento de 3 por cento neste ano, enquanto o BC enxerga expansão de 2,5 por cento.