Economia

Faturamento do setor de saneamento básico caiu 24% em 7 anos

Investimentos recuaram de 58,6% do faturamento líquido das empresas de água e esgoto em 1998 para 34,4% no ano passado

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

A menos que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) deslanchem, e o Congresso Nacional aprove regras específicas que protejam investimentos no setor, as companhias de saneamento básico vão continuar definhando. É o que indica levantamento realizado pela Serasa, especializada em análises de crédito. Com base em demonstrativos contábeis de empresas de água e esgoto que abrangem quase 70% dos municípios brasileiros, a Serasa verificou que de 1997 até o ano passado o faturamento real das empresas recuou 24,4%.

As empresas também estão perdendo dinheiro com desperdícios que chegam a 40%, na média, dos volumes de água tratada. As perdas decorrem de vazamentos e de ligações clandestinas (leia reportagem de EXAME sobre as perdas no setor elétrico).

Segundo a Serasa, a elevação de tarifas não está acompanhando a evolução de custos, e, ainda pior, está afastando os consumidores. O consumo também estaria diminuindo em resposta a campanhas oficiais pelo uso racional da água, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização como porcentagem do faturamento líquido) do setor de saneamento em oito anos caiu de 50% em 1997 para 43% em 2004, após atingir o pico de 54% em 1999. Isolando as empresas que atuam fora das regiões Sul e Sudeste, a margem caiu para 30%.

Lucro e investimento

No caso das companhias do Sul e Sudeste, com 75% do faturamento do setor, a rentabilidade, mesmo com um nível de endividamento superior ao das demais regiões, foi de 8% sobre o faturamento líquido em 2003 e 2004, os melhores resultados desde 1997. Os resultados positivos ocorreram depois de um prejuízo de 16% em 2002, o mais intenso do período pesquisado. Já as empresas de outras regiões só registraram prejuízos nos sete anos pesquisados, com perdas de 32% tanto em 1999 quanto em 2002.

Os investimentos da companhias de água e esgoto caíram de 58,6% do faturamento líquido em 1998 para pouco abaixo de 40% no ano seguinte, registrando 34,4% no ano passado. Segundo a Serasa, os investimentos realizados com recursos do Orçamento Geral da União estão sofrendo reduções contínuas e correspondiam em 2004 a 17% do que foi realizado em 2001.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Salário mínimo 2025: quanto será? Veja previsão

Reforma tributária: compra de imóveis e serviços de construção terão redução de 40% na alíquota

Ministro da Previdência vai fazer 'pente-fino' em mais de 800 benefícios temporários

Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico de SP, é o entrevistado da EXAME desta sexta

Mais na Exame