Economia

Faturamento da indústria de alimentos cresceu 7,2% em 2023, para R$ 1,161 trilhão, diz Abia

O aumento do faturamento da indústria deve-se ao crescimento das exportações, que expandiram 5,2% em valor (dólar), alcançando o nível recorde de US$ 62 bilhões

A Abia também apontou a pequena inflação do setor em 2023 (Leandro Fonseca/Exame)

A Abia também apontou a pequena inflação do setor em 2023 (Leandro Fonseca/Exame)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 13h25.

A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou aumento de 7,2% no faturamento e de 5,1% na produção em 2023 em relação a 2022. No ano passado, a receita do setor alcançou R$ 1,161 trilhão, somando exportações e vendas para o mercado doméstico. As vendas reais totais (mercado interno e exportações) apresentaram expansão de 3,4% em 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) em coletiva de imprensa.

Segundo a Abia, o setor representa 10,8% do PIB nacional. Além disso, a indústria de alimentos processa cerca de 60,9% da produção agropecuária brasileira, de acordo com a Abia.

O aumento do faturamento da indústria deve-se ao crescimento das exportações, que expandiram 5,2% em valor (dólar), alcançando o nível recorde de US$ 62 bilhões. Em volume, cresceram 11,4% em relação a 2022 e atingiram 72,1 milhões de toneladas, o que consolidou o Brasil como o maior exportador de alimentos industrializados do mundo.

Os principais destaques, em valor, foram produtos de proteínas animais (US$ 23,6 bilhões), produtos do açúcar (US$ 16,0 bilhões), farelo de soja e outros (US$ 12,6 bilhões), óleos e gorduras (US$ 3,6 bilhões) e sucos e preparações vegetais (US$ 2 9 bilhões).

Consumidores

Os maiores mercados consumidores foram a China, com US$ 11 bilhões e participação de 17,7%, comprando principalmente produtos de proteínas animais; seguida dos 22 países da Liga Árabe, com US$ 10,2 bilhões e 16,4% de participação, consumindo produtos do açúcar e de proteínas animais; e União Europeia, com US$ 9,1 bilhões, participação de 14,6% e destaque para produtos do açúcar e farelo de soja.

"Apesar da nossa liderança como maiores exportadores mundiais de alimentos industrializados, estamos trabalhando para avançar na exportação de produtos com maior valor agregado", afirmou o presidente executivo da Abia, João Dornellas.

Mercado interno

No mercado interno, o balanço das vendas reais também foi positivo, com expansão de 4,5%no ano passado. Segundo a Abia, o resultado foi puxado pelo mercado de food service e pelo varejo alimentar. A associação cita que, do faturamento total, R$ 851 bilhões foram oriundos das vendas no mercado interno e R$ 310 bilhões das exportações.

A Abia também relatou aumento de 5,1% da produção física, totalizando 270 milhões de toneladas de alimentos. "Nós nos destacamos não apenas no cenário internacional, mas também garantimos o abastecimento interno, contribuindo assim para a promoção da segurança alimentar de milhões de brasileiros", comentou o presidente do Conselho Diretor da Abia, Gustavo Bastos.

A associação também destacou que houve incremento nos investimentos em inovação, pesquisa e desenvolvimento, ampliação e modernização de plantas. Eles alcançaram R$ 35,9 bilhões, mais de 50% mais do que em 2022. "O aumento significativo reflete os esforços do setor em impulsionar o crescimento e a competitividade. Além disso, estamos comprometidos em ampliar o espaço que a indústria ainda tem para produzir mais, pois a capacidade utilizada hoje é de 75%", afirmou Dornellas.

Em relação à geração de emprego e renda, a indústria alimentícia criou 70 mil vagas diretas em 2023, totalizando 1,97 milhão de empregos diretos, registrando um crescimento de 3,7% em relação a 2022.

A Abia também apontou a pequena inflação do setor em 2023. O IPCA de alimentos e bebidas variou 1,02%, em comparação com uma alta de 11,6% em 2022. "O compromisso com a estabilidade de preços e a busca pela eficiência operacional permitiram que a comida chegasse mais barata à mesa dos brasileiros", comentou o presidente executivo da Abia.

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