Número de famílias paulistanas endividadas beira recorde, diz FecomercioSP
O percentual de famílias endividadas na cidade de São Paulo teve crescimento consecutivo nos últimos seis meses e atingiu 62,7% em maio
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de junho de 2021 às 18h49.
Última atualização em 2 de junho de 2021 às 20h53.
O percentual de famílias endividadas na cidade de São Paulo atingiu 62,7% em maio, com crescimento consecutivo nos últimos seis meses, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), desenvolvida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O índice teve sua última queda em novembro de 2020, quando totalizou 56,1%, e, desde então, registra um crescimento de 1,1 ponto percentual por mês, se aproximando do recorde da série histórica (63,8%), atingido em março do último ano.
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De acordo com a pesquisa, em números absolutos, 270 mil lares contraíram novas dívidas desde novembro de 2020, somando 2,49 milhões de famílias paulistanas nesta situação. Desses, a maioria (78,3%) tem faturas de cartão de crédito pendentes, enquanto a segunda maior causa de endividamento são os carnês (14,4%).
Para a Federação, os resultados negativos demonstram que ainda não houve retomada, e sim uma deterioração mais intensa das condições econômicas das famílias paulistanas, atribuídas à segunda onda de contaminações do coronavírus.
"Com isso, a solução que muitas delas encontram é manter o consumo - ainda que de itens básicos - por meio de outros meios de pagamento, como o cartão de crédito", afirma a entidade.
O estudo identifica ainda que 19,2% das famílias estão com as dívidas em atraso, o maior índice desde abril de 2020, quando foi registrado 21,6%. Além disso, cerca de 8,6% dos lares relatam não ter condições de pagar suas contas, o maior patamar deste ano.
Consumo em queda
A Federação indicou também, por meio da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que os consumidores da cidade de São Paulo estão inseguros. O índice caiu 3,8% neste mês, após ceder 4,2% em abril, atingindo 67,3 pontos. O estudo atribuiu o movimento à diminuição na renda e ao aumento no desemprego.
Segundo a entidade, quase todas as variáveis que compõem o indicador ficaram no negativo. A perspectiva profissional dos entrevistados, por exemplo, recuou 11,3% após cair 7,2% no mês passado. Já a compra de bens duráveis no momento atual retraiu 9 5% depois de já ter declinado 6,5% em abril.
Por outro lado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 0,9% em maio, atingindo 105,9 pontos. Em comparação ao mesmo período de 2020, há crescimento de 9,4%. O número teve variáveis regulares, sendo que o Índice Condições Econômicas Atuais ficou em 62,9 pontos, caindo 2,1% em relação a abril. Já o Índice de Expectativas do Consumidor melhorou após a última retração (-6 7%), crescendo 1,9%, chegando aos 134,5 pontos
"Para a FecomercioSP, o cenário ideal seria com a recuperação do emprego na cidade, fazendo com que as famílias não apenas voltem a se sentir seguras para consumir, mas também possam se endividar sem que isso se transforme em inadimplência", declarou a entidade.
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