Economia

Famílias gastaram efetivamente 3,78% a mais com cesta de consumo em 12 meses, diz FGV

O cálculo considera os gastos efetivos feitos pelos consumidores brasileiros, que conseguiram driblar parte dos aumentos de preços na economia através de substituições na cesta de consumo

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF) registrou alta de 0,38% em outubro (Tom Werner/Getty Images)

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF) registrou alta de 0,38% em outubro (Tom Werner/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 23 de novembro de 2023 às 18h08.

A inflação oficial no País foi de 4,82% nos 12 meses encerrados em outubro deste ano. No entanto, as famílias brasileiras sentiram um aumento efetivo mais brando no custo de vida, alta de 3,78% no período, apontou o Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF), novo índice de inflação desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O cálculo considera os gastos efetivos feitos pelos consumidores brasileiros, que conseguiram driblar parte dos aumentos de preços na economia através de substituições na cesta de consumo.

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF) registrou alta de 0,38% em outubro, ante uma elevação de 0,24% vista no mês pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O resultado do IPGF de setembro, que fora divulgado como queda de 0,08%, foi revisado conforme previsto metodologicamente: a mudança foi marginal, com seu resultado tendo sido uma queda de 0,09%; enquanto o resultado do IPCA à época foi de 0,26%", frisou o relatório do indicador divulgado pela FGV. "Além da revisão ordinária, os pesos sofreram uma revisão mais extensa neste mês por motivo da divulgação da Tabela de Recursos e Usos referente a 2021 por parte do IBGE."

Com o resultado, o IPGF acumula uma taxa de 2,85% de janeiro a outubro de 2023, enquanto o IPCA ficou em 3,75%.

Preços investigados

O IPGF usa dados do Consumo das Famílias no Sistema de Contas Nacionais do IBGE, compilados e projetados pelo Monitor do PIB da FGV, para atualizar mensalmente o peso dos itens na cesta de produtos e serviços cujos preços são investigados. A intenção é que o índice reflita a inflação a partir de uma cesta de consumo móvel, que se adapte automaticamente às alterações de preferência do consumidor ao longo do tempo.

"O caso do grupo Alimentação é emblemático: no IPCA, o resultado de outubro mostrou que, na média, o grupo interrompeu uma sequência de quatro quedas, no entanto, o IPGF registra em outubro a sexta queda consecutiva no grupo Alimentos. Esse grupo é um dos mais sensíveis ao efeito-substituição, que o IPGF tende a estimar com mais precisão, enquanto é ignorado por índices tradicionais", explicou a FGV.

O índice de difusão do IPGF - que mostra a proporção de itens com elevações de preços - saiu de 39,1% em setembro para 58,7% em outubro.

"É a primeira vez desde maio que mais da metade dos itens apresentam aumento de preço. A análise de sua média móvel de 12 meses, porém, indica que o processo de redução do índice de difusão, apontado desde junho de 2022, ainda não foi revertido", frisou o relatório da FGV.

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoIPCA

Mais de Economia

Petrobras anuncia aumento de preço da gasolina e gás de cozinha

Boletim Focus: mercado volta a subir projeção da inflação de 2024 e 2025

Plano Real, 30 anos: Como a inflação no Brasil passou de 1000%? Veja 1º episódio da série da EXAME

Mais na Exame