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Falta espírito animal aos empresários, diz diretor do BC

Luiz Awazu Pereira da Silva se refere ao impulso empreendedor, descrito pelo célebre economista John Maynard Keynes

Para Keynes, o espírito animal move os empresários a investir (Wikimedia Commons)

Diogo Max

Publicado em 23 de agosto de 2014 às 10h51.

São Paulo – Luiz Awazu Pereira da Silva, diretor de Assuntos Internacionais, Riscos e Regulação do Banco Central , afirmou que falta espírito animal aos empresários, segundo r eportagem publicada neste sábado pela Folha de S. Paulo.

O diretor do BC se refere ao impulso empreendedor, descrito pelo célebre economista John Maynard Keynes, na sua obra "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda".

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O espírito animal é um impulso, uma espécie de confiança que move os empresários a investir, e não a ficar parados, segundo a teoria do economista britânico.

Para Awazu, os BCs nos Estados Unidos, na Europa e no Japão foram hábeis ao evitar uma crise ainda maior, injetando recursos, ao invés de apenas reduzir os juros.

No entanto, para o diretor do BC, o crescimento não veio porque os empresários não aproveitaram o "boom" de investimentos .

Em uma outra reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, empresários rejeitaram a explicação de Awazu e afirmaram que o clima de incerteza, provocado pelo governo Dilma , agiria contra o espírito animal.

"Boom" de crédito

Nesta semana, o BC anunciou outra rodada de medidas para liberar mais recursos para os bancos emprestarem e, desse modo, estimularem a economia. Dessa vez, vão ser liberados, a partir da próxima segunda, R$ 25 bilhões.

Os recursos virão da redução do capital para risco de crédito e da liberação de depósitos compulsórios.

No final do mês passado, o BC já havia anunciado outras medidas, capazes de injetar recursos na economia no total de R$ 45 bilhões.

Com isso, o impacto potencial de ampliação de oferta de crédito pode beirar os R$ 225 bilhões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já apressou em dizer que essas medidas não vão aumentar a inflação oficial, que, em 12 meses, já bate o teto da meta (6,5% ao ano).

Um dos setores que podem sair ganhando com esse "boom"de crédito é o da indústria da construção , que, neste ano, vem sentindo a desaceleração da economia brasileira.

A redução nas vendas de imóveis em SP passou de 70% em junho.

O incentivo ao crédito pode ajudar desencalhar os imóveis nos próximos meses, uma vez que a palavra de ordem nas construtoras é reduzir o estoque, além de voltar a um patamar confortável para lançamentos.

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