Economia

Falta de pacto bilateral pode deixar Brasil fora de negócio de US$ 100 bi com o México

O governo mexicano tem até três meses para se pronunciar se permite ou não a participação de empresas de países sem acordo bilateral com o México em um dos maiores negócios no setor de petróleo dos últimos tempos. Até 2012, o México pretende investir US$ 100 bilhões nessa área. Entre os projetos, está a meta […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.

O governo mexicano tem até três meses para se pronunciar se permite ou não a participação de empresas de países sem acordo bilateral com o México em um dos maiores negócios no setor de petróleo dos últimos tempos. Até 2012, o México pretende investir US$ 100 bilhões nessa área. Entre os projetos, está a meta de construção de 47 plataformas, orçadas em um total de US$ 7 bilhões, e a construção de 600 km de dutos submarinos até 2006. Há cinco meses, o México impôs barreiras à participação estrangeira nos grandes emprendimentos da estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) com o objetivo de proteger fornecedores do país.

O subdiretor de Planejamento Econômico da Pemex, Ariel Yepes Garcia, afirmou nesta terça-feira (2/9), durante evento promovido pela embaixada do México na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em parceria com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), que é interesse da Pemex que não haja restrições à participação de empresas de países sem tratado de livre comércio com o México, incluindo capítulo sobre compras governamentais, como acontece com o Brasil . Garcia disse que a limitação do número de países nas concorrências internacionais acaba reduzindo a oferta e não oferece o melhor preço.

O período de três meses refere-se ao prazo de abertura do processo de licitações de projetos da Pemex para os quais é vedada a participação da indústria brasileira no setor de óleo e gás. Os projetos têm duas metas, conforme revelou a embaixadora do México no Brasil, Cecília Soto González: elevar a produção de óleo cru do México de 3,5 milhões de barris/dia para 4 milhões de barris/dia e de gás natural de 4,5 bilhões de pés cúbicos/dia para 7 bilhões de pés cúbicos/dia até 2006.

A embaixadora salientou a importância de se encontrar uma solução para que a indústria brasileira se torne fornecedora da Pemex. Segundo ela, uma idéia seria a formação de joint-ventures. Dependendo da natureza do empreendimento, a participação máxima estrangeira permitida pelo México é de 40%. São os casos dos projetos intensivos em mão-de-obra. Já em setores como petroquímico e de distribuição e comercialização de gás não há impedimentos à participação de companhias brasileiras. Cecília González revelou que os governos do Brasil e do México ainda se encontram na fase de conversas informais visando a assinatura de um tratado de livre comércio.

Cecília Gonzáles visitou a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o objetivo de explorar a possibilidade de o banco financiar empresas brasileiras que queiram se tornar fornecedoras ou participar de projetos com a companhia estatal Pemex, no México. Segundo Cecília, o BNDES ficou interessado com o convite, que seria por meio do sistema de "project finance", no qual a garantia do financiamento é o retorno que o próprio projeto oferece. No entanto, não há conclusões definitivas sobre a participação do BNDES.

Ela lembrou que em julho de 2002, por ocasião da visita do Presidente Vincent Fox ao Brasil, foram assinados dois protocolos entre o BNDES e o Banco de Desenvolvimento do México para Pequenas e Médias Indústrias e com o Banco de Desenvolvimento do Comércio Exterior do México-Bancomex.

O diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Eloi Fernandez y Fernandez, afirmou que está em jogo a oportunidade de negócios pelos investimentos da Pemex, estimados em torno de U$ 12 bilhões ao ano, entre 2004/2012. A embaixadora acredita que outros organismos de fomento, como o Banco do Brasil, se interessem em financiar as empresas brasileiras que queiram participar de projetos da estatal mexicana. As informações são da Agência Brasil.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Novos dados aumentam confiança do Fed em desaceleração da inflação, diz Powell

Lula pede solução de contradições de europeus para acordo com Mercosul

Crescimento econômico da China desaponta e pressiona Xi Jinping

Prévia do PIB: IBC-Br sobe 0,25% em maio, após estabilidade em abril

Mais na Exame