Economia

Expressiva queda do petróleo une Venezuela, Equador e Rússia

Venezuela e Equador consideram que os Estados Unidos está por trás da brusca queda dos preços da matéria-prima


	Petróleo: preço começou a despencar em junho de 2014, quando estava cotado a US$ 115/ barril
 (Katja Buchholz/Getty Images/Getty Images)

Petróleo: preço começou a despencar em junho de 2014, quando estava cotado a US$ 115/ barril (Katja Buchholz/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 17h44.

Moscou - Venezuela e Equador tiveram nesta quinta-feira consultas à três com a Rússia, o maior exportador mundial de petróleo e gás, em uma tentativa de resistir a dramática queda dos preços do petróleo e estabilizar o mercado energético.

'Todos sabemos que o petróleo está sendo utilizado como instrumento de pressão em política, por isso tentamos buscar uma solução conjunta e uma saída para esta situação', disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, ao término da reunião.

Em uma demonstração da afinidade entre Equador e Venezuela, o ministro da Energia russo, Aleksandr Novak, se reuniu conjuntamente com os representantes dos dois países latino-americanos.

'Durante o encontro, foi abordada a cooperação em diferentes setores energéticos. Também se falou sobre a situação em torno dos preços do petróleo e os possíveis meios para sua estabilização', informou um porta-voz ministerial à agência oficial RIA Novosti.

Fontes diplomáticas disseram à Agência Efe que a reunião teve a participação de Delcy Rodríguez, seu colega do Equador, Ricardo Patiño; o ministro do Petróleo venezuelano, Asdrubal Chávez, e o ministro de Recursos Naturais Não Renováveis do Equador, Pedro Merizalde.

'Foi uma reunião positiva. Continuaremos a promover a cooperação no âmbito da energia com a Rússia e a Venezuela', disse Patiño.

A queda dos preços do petróleo, que começou em junho de 2014, quando estava cotado a US$ 115 o barril, foi um duro revés para as economias da Rússia e da Venezuela.

A Rússia, que não é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), previu um preço médio do barril para este ano de US$ 60 - US$ 70, muito distante dos US$ 100 que Caracas considera aceitável.

Apesar da recessão ter obrigado a Rússia a suspender alguns projetos, o governo não está interessado em reduzir a extração ou exportação e, de fato, a companhia petrolífera russa Rosneft tem intenção de progressivamente dobrar suas provisões à China.

Então Novak sugeriu que Moscou não está a favor da redução da produção ao advertir que são 'muitos os países que consideram que qualquer ação artificial para mudar a situação no mercado é impossível'.

Venezuela e Equador consideram que os Estados Unidos, que com a revolução do gás de xisto se transformará no maior produtor mundial de petróleo, segundo as previsões, está por trás da brusca queda dos preços da matéria-prima.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é enfático ao afirmar que o petróleo está sendo utilizado como 'uma arma econômica para submeter países, regiões e povos' e que os Estados Unidos, ao extrair petróleo via 'fracking', está criando um excesso de oferta para prejudicar Irã, Rússia e Venezuela.

O presidente russo, Vladimir Putin, insinuou também que existem forças que misturaram suas ambições geopolíticas com os interesses econômicos.

Recentemente a Rússia negou que a Arábia Saudita a pressione para que retire seu apoio ao regime sírio de Bashar al Assad em troca de Riad diminuir a extração de petróleo e forçar a alta dos preços.

Durante o funeral do rei Abdullah bin Abdul Aziz, os ministros de Energia da Rússia e da Arábia Saudita abordaram 'assuntos relativos ao petróleo, à formação de seu preço e à coordenação entre os membros e não membros da Opep', segundo uma nota oficial.

Em janeiro Maduro conversou com Putin em Moscou sobre a necessidade de estabilizar o mercado petroleiro no marco de um périplo internacional que o levou a vários países do cenário exportador (Catar, Arábia Saudita, Irã e Argélia).

Durante sua viagem, Maduro tentou em vão convencer esses países da necessidade de recuperar os preços mediante uma redução da produção depois de a Opep decidir, dois meses antes, manter os atuais níveis, de 30 milhões de barris diários.

Quanto ao Equador, em dezembro o vice-chanceler, Leonardo Arízaga, apresentou em Moscou um ambicioso programa de diversificação das exportações à Rússia, que incluía a assinatura de um acordo comercial com a recém criada União Eurasiática.

As exportações triplicaram nos últimos quatro anos, e superaram o US$ 1 bilhão, mas se limitaram em 80% se limitam a bananas e flores, em sua maioria, e rosas.

Arízaga aproveitou sua visita para apresentar ao governo russo um leque de projetos estratégicos no valor de US$ 28 bilhões nos setores petroleiro, minerador, elétrico, de telecomunicações e água.

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