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Exposição a setores com risco de calote impacta Banco Pine

Empréstimos para empresas de construção e produtoras de açúcar e álcool costumava ser um bom negócio para o banco, mas exposição agora prejudica confiança

Banco Pine: exposição a setores está prejudicando a capacidade do banco de se financiar no mercado de bonds (Reprodução da web)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 06h45.

São Paulo - Conceder empréstimos para empresas do setor de construção e produtoras de açúcar e álcool costumava ser um grande negócio para o Banco Pine SA .

Agora, exposição a tais setores está prejudicando a capacidade do banco de se financiar no mercado de bonds.

Os custos de captação do banco mais que dobraram em relação aqueles de mercados emergentes depois que a Moody’s Investors Service reduziu seu rating para um nível abaixo do grau especulativo.

A 13 por cento, os bonds do Pine hoje são considerados na categoria conhecida como “distressed”.

Investidores estão perdendo a confiança no Pine à medida que avança a maior investigação de todos os tempos no Brasil envolvendo o setor de construção, enquanto a queda do preço do açúcar leva mais produtores ao calote.

Os dois setores combinados respondem por um quarto dos empréstimos do Pine e a preocupação é de que a inadimplência poderá subir e reduzir gradualmente seu capital, segundo a Fator Corretora.

“Construtoras e as empresas de etanol estão enfrentando dificuldades grandes, e as coisas não devem melhorar muito no curto prazo”, disse Samuel Torres, analista da Fator, corretora com sede em São Paulo. “Nós estimamos provisões mais elevadas e que custos de captação deverão subir para o Pine”.

A assessoria de imprensa do Pine disse em um comunicado enviado por e-mail que o banco reitera sua política conservadora na administração de sua carteira de crédito, e que a maior parte dos empréstimos concedidos ao setor de construção se refere a desenvolvedores de projetos residencias e comerciais.

Apenas cerca da 3% de sua carteira são empréstimos a companhias que, de alguma forma, estão sob a investigação, disse o banco.

As notas subordinadas do Pine tiveram um declínio de 3,8 centavos, para 91,95 centavos de dólar, desde que a Moody’s reduziu seu rating em um nível, para Ba2, no dia 26 de janeiro.

Os bonds caíram 8,3 centavos em janeiro, pior desempenho para um único mês desde sua emissão em 2010.

Bancos semelhantes

As empresas dos setores de construção, açúcar e álcool responderam por 26 por cento dos empréstimos do banco em setembro, maior fatia no Brasil, segundo a Moody’s. Esse percentual se compara com 14,5 por cento no Banco Industrial e Comercial SA, conhecido como Bicbanco, e a menos de 6,5 por cento no Banco Daycoval SA.

O nível de capital de Tier 1 do Pine, uma medida da força financeira em bancos, caiu para 12,4 por cento no terceiro trimestre, contra 13,7 por cento um ano antes.

Algumas das maiores empresas de construção do país estão sendo investigadas porque teriam subornado funcionários da Petrobras para conseguir contratos de infraestrutura.

Duas produtoras de açúcar e etanol deram calote nos últimos 12 meses em meio a uma queda no preço do açúcar e de uma política do governo que torna o combustível menos competitivo no mercado.

Investidores têm demonstrado cautela em relação aos bancos brasileiros de médio porte desde ao menos setembro de 2012, quando o Banco Central anunciou que liquidaria o Banco Cruzeiro do Sul SA, desencadeando o maior calote do mercado latino-americano de bonds em mais de 10 anos e aumentando a preocupação de que mais instituições de médio porte estavam em risco.

Um mês depois, a autoridade assumiu o controle do Banco BVA SA em meio à piora de sua situação financeira.

Diferentemente de outros bancos brasileiros de médio porte, o Pine não fez parcerias com instituições financeiras maiores para melhorar as suas condições de competição no mercado interno.

Enquanto a falta de parcerias e a exposição a setores considerados de risco levaram geram precaução quanto à perspectiva da instituição financeira, o banco tem adotado uma postura mais cautelosa em relação aos novos empréstimos, segundo Gilberto Tonello, analista do setor bancário na GBM Grupo Bursátil Mexicano.

A taxa de contratos em atraso acima de 90 dias do Pine caiu para 0,1 por cento no fim do terceiro trimestre, contra 0,2 por cento nos três meses anteriores. Dois anos antes, era de 0,4 por cento.

A desaceleração da maior economia da América Latina pode representar mais desafios às perspectivas para o Pine, segundo Alexandre Albuquerque, analista da Moody’s.

Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro, o Banco Central do país elevou as taxas de juros três vezes para conter a inflação.

Economistas reduziram a projeção para o crescimento do produto interno bruto neste ano de 0,38 por cento para 0,13 por cento, segundo uma pesquisa do BC com cerca de 100 analistas publicada no dia 26 de janeiro.

“Vai ser difícil”, disse Albuquerque, de São Paulo. “O banco deverá enfrentar dificuldades com o Brasil crescendo menos no curto prazo e os bancos de médio porte enfrentando dificuldades para crescer ao mesmo tempo em que apresentam provisões mais elevadas”.

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São Paulo - Conceder empréstimos para empresas do setor de construção e produtoras de açúcar e álcool costumava ser um grande negócio para o Banco Pine SA .

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Os custos de captação do banco mais que dobraram em relação aqueles de mercados emergentes depois que a Moody’s Investors Service reduziu seu rating para um nível abaixo do grau especulativo.

A 13 por cento, os bonds do Pine hoje são considerados na categoria conhecida como “distressed”.

Investidores estão perdendo a confiança no Pine à medida que avança a maior investigação de todos os tempos no Brasil envolvendo o setor de construção, enquanto a queda do preço do açúcar leva mais produtores ao calote.

Os dois setores combinados respondem por um quarto dos empréstimos do Pine e a preocupação é de que a inadimplência poderá subir e reduzir gradualmente seu capital, segundo a Fator Corretora.

“Construtoras e as empresas de etanol estão enfrentando dificuldades grandes, e as coisas não devem melhorar muito no curto prazo”, disse Samuel Torres, analista da Fator, corretora com sede em São Paulo. “Nós estimamos provisões mais elevadas e que custos de captação deverão subir para o Pine”.

A assessoria de imprensa do Pine disse em um comunicado enviado por e-mail que o banco reitera sua política conservadora na administração de sua carteira de crédito, e que a maior parte dos empréstimos concedidos ao setor de construção se refere a desenvolvedores de projetos residencias e comerciais.

Apenas cerca da 3% de sua carteira são empréstimos a companhias que, de alguma forma, estão sob a investigação, disse o banco.

As notas subordinadas do Pine tiveram um declínio de 3,8 centavos, para 91,95 centavos de dólar, desde que a Moody’s reduziu seu rating em um nível, para Ba2, no dia 26 de janeiro.

Os bonds caíram 8,3 centavos em janeiro, pior desempenho para um único mês desde sua emissão em 2010.

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As empresas dos setores de construção, açúcar e álcool responderam por 26 por cento dos empréstimos do banco em setembro, maior fatia no Brasil, segundo a Moody’s. Esse percentual se compara com 14,5 por cento no Banco Industrial e Comercial SA, conhecido como Bicbanco, e a menos de 6,5 por cento no Banco Daycoval SA.

O nível de capital de Tier 1 do Pine, uma medida da força financeira em bancos, caiu para 12,4 por cento no terceiro trimestre, contra 13,7 por cento um ano antes.

Algumas das maiores empresas de construção do país estão sendo investigadas porque teriam subornado funcionários da Petrobras para conseguir contratos de infraestrutura.

Duas produtoras de açúcar e etanol deram calote nos últimos 12 meses em meio a uma queda no preço do açúcar e de uma política do governo que torna o combustível menos competitivo no mercado.

Investidores têm demonstrado cautela em relação aos bancos brasileiros de médio porte desde ao menos setembro de 2012, quando o Banco Central anunciou que liquidaria o Banco Cruzeiro do Sul SA, desencadeando o maior calote do mercado latino-americano de bonds em mais de 10 anos e aumentando a preocupação de que mais instituições de médio porte estavam em risco.

Um mês depois, a autoridade assumiu o controle do Banco BVA SA em meio à piora de sua situação financeira.

Diferentemente de outros bancos brasileiros de médio porte, o Pine não fez parcerias com instituições financeiras maiores para melhorar as suas condições de competição no mercado interno.

Enquanto a falta de parcerias e a exposição a setores considerados de risco levaram geram precaução quanto à perspectiva da instituição financeira, o banco tem adotado uma postura mais cautelosa em relação aos novos empréstimos, segundo Gilberto Tonello, analista do setor bancário na GBM Grupo Bursátil Mexicano.

A taxa de contratos em atraso acima de 90 dias do Pine caiu para 0,1 por cento no fim do terceiro trimestre, contra 0,2 por cento nos três meses anteriores. Dois anos antes, era de 0,4 por cento.

A desaceleração da maior economia da América Latina pode representar mais desafios às perspectivas para o Pine, segundo Alexandre Albuquerque, analista da Moody’s.

Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro, o Banco Central do país elevou as taxas de juros três vezes para conter a inflação.

Economistas reduziram a projeção para o crescimento do produto interno bruto neste ano de 0,38 por cento para 0,13 por cento, segundo uma pesquisa do BC com cerca de 100 analistas publicada no dia 26 de janeiro.

“Vai ser difícil”, disse Albuquerque, de São Paulo. “O banco deverá enfrentar dificuldades com o Brasil crescendo menos no curto prazo e os bancos de médio porte enfrentando dificuldades para crescer ao mesmo tempo em que apresentam provisões mais elevadas”.

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