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Executivos são cautelosos em projeção do PIB para 2013

Embora os executivos demonstrem otimismo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, é grande a cautela em relação às projeções para o ano, segundo pesquisa

"Esperamos um crescimento entre 3% e 3,2%. Teremos um ano melhor do que 2012, mas não cresceremos na potencialidade que a economia poderia", destaca Hélio Magalhães (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 17h42.

São Paulo - A Câmara Americana de Comércio (Amcham) divulgou nesta quinta-feira um indicador chamado Expectômetro, um levantamento das expectativas dos associados da Amcham em relação ao ambiente de negócios em 2013. O resultado da pesquisa aponta que, embora os executivos demonstrem otimismo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, é grande a cautela em relação às projeções para o ano.

A pesquisa mostra que 64% dos empresários ouvidos pela Amcham esperam que o PIB cresça mais do que no ano passado (0,9%), porém abaixo de 3,5%. Outros 21% dos empresários acreditam que o crescimento da economia neste ano será semelhante ao número de 2012. Para 12% dos executivos, o crescimento do PIB será abaixo de 0,9%, porcentual maior do que aqueles que esperam uma expansão da economia acima de 3,5% (3% dos pesquisados).

"Esperamos um crescimento entre 3% e 3,2%. Teremos um ano melhor do que 2012, mas não cresceremos na potencialidade que a economia poderia", destaca o presidente do Citibank no Brasil, Hélio Magalhães, que assumiu nesta quinta-feira a presidência do conselho da Amcham.

O discurso cauteloso é compartilhado por outros executivos que participaram do evento de divulgação do Expectômetro e da posse dos novos conselheiros da Amcham. "Acreditamos em um crescimento entre 2,5% e 3%, o que se comparado a 2012 já é uma melhoria", diz o presidente da International Paper (IP) para a América Latina, Jean-Michel Ribieras.

A aceleração da economia neste ano, segundo os executivos, estaria fundamentada nas expectativas de retomada dos investimentos no País, do avanço dos projetos em infraestrutura e dos efeitos das medidas de incentivo anunciadas pelo governo federal nos últimos meses. Os três pilares do movimento de expansão econômica mais expressiva devem apresentar resultados mais concretos no segundo semestre.

A primeira metade do ano ainda deve ser pautada pelo ambiente de incertezas da economia e de algumas questões pontuais associadas ao poder de compra do brasileiro, como o nível de endividamento do brasileiro. "Acreditamos em um primeiro semestre ainda devagar e uma retomada do consumo no segundo semestre", declara a presidente da divisão de Bebidas da PepsiCo no Brasil, Andrea Alvares.


A executiva prevê que o PIB crescerá entre 3% e 3,5% este ano, número que poderia sinalizar uma nova fase da economia brasileira. "Mais importante do que o número de 2013 são os dados dos anos seguintes. Se for o início de um movimento de crescimento nesse patamar ou em níveis acima dele, falamos de um número para comemorar."

Magalhães, do Citibank, também acredita que o PIB brasileiro poderá apresentar taxas mais robustas nos próximos anos. Por isso, embora classifique o crescimento esperado para 2013 como aquém do "ideal", mostra confiança em relação ao ambiente futuro da economia brasileira.

Investimentos

Entre as razões para o otimismo está a percepção de que o Brasil continuará sendo um dos mercados mais atraentes do mundo para o investimento estrangeiro, além da expectativa em relação aos efeitos das medidas anunciadas pelo governo federal. É o caso, por exemplo, da desoneração da folha de pagamento de diversos setores e a redução do custo da energia.

"O final do ano (2012) não foi animador, mas acredito que as coisas já estão se acomodando. Precisamos ver quais serão os efeitos das medidas (federais)", ressalta o presidente do grupo AES no Brasil, Britaldo Soares. Os primeiros meses, segundo Ribieras, da IP, indicam uma recuperação na atividade da indústria nacional. Soares, da AES, indica que o movimento mais consistente de recuperação industrial tem ocorrido especialmente entre grandes empresas consumidoras de energia.

O principal desafio do governo federal, na visão dos empresários, será estimular os investimentos, sem provocar insegurança nos investidores, assim como ocorreu no caso da renovação das concessões no setor de energia elétrica. "O governo está consciente da necessidade de viabilizar investimentos em infraestrutura ", afirma o membro do Conselho Consultivo da Odebrecht, Alvaro Novis. O executivo estima que o PIB crescerá entre 2,5% e 3,5% este ano, "aquém do potencial" do País.

A maior parte (45%) dos empresários ouvidos na pesquisa da Amcham prevê a manutenção dos investimentos em 2013 em patamar semelhante ao do ano passado. Outros 40% projetam ampliar investimentos e os 15% restantes esperam a diminuição dos desembolsos. Mais de 70% dos investimentos serão destinados a iniciativas de esforço comercial e melhoria de processos.

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São Paulo - A Câmara Americana de Comércio (Amcham) divulgou nesta quinta-feira um indicador chamado Expectômetro, um levantamento das expectativas dos associados da Amcham em relação ao ambiente de negócios em 2013. O resultado da pesquisa aponta que, embora os executivos demonstrem otimismo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, é grande a cautela em relação às projeções para o ano.

A pesquisa mostra que 64% dos empresários ouvidos pela Amcham esperam que o PIB cresça mais do que no ano passado (0,9%), porém abaixo de 3,5%. Outros 21% dos empresários acreditam que o crescimento da economia neste ano será semelhante ao número de 2012. Para 12% dos executivos, o crescimento do PIB será abaixo de 0,9%, porcentual maior do que aqueles que esperam uma expansão da economia acima de 3,5% (3% dos pesquisados).

"Esperamos um crescimento entre 3% e 3,2%. Teremos um ano melhor do que 2012, mas não cresceremos na potencialidade que a economia poderia", destaca o presidente do Citibank no Brasil, Hélio Magalhães, que assumiu nesta quinta-feira a presidência do conselho da Amcham.

O discurso cauteloso é compartilhado por outros executivos que participaram do evento de divulgação do Expectômetro e da posse dos novos conselheiros da Amcham. "Acreditamos em um crescimento entre 2,5% e 3%, o que se comparado a 2012 já é uma melhoria", diz o presidente da International Paper (IP) para a América Latina, Jean-Michel Ribieras.

A aceleração da economia neste ano, segundo os executivos, estaria fundamentada nas expectativas de retomada dos investimentos no País, do avanço dos projetos em infraestrutura e dos efeitos das medidas de incentivo anunciadas pelo governo federal nos últimos meses. Os três pilares do movimento de expansão econômica mais expressiva devem apresentar resultados mais concretos no segundo semestre.

A primeira metade do ano ainda deve ser pautada pelo ambiente de incertezas da economia e de algumas questões pontuais associadas ao poder de compra do brasileiro, como o nível de endividamento do brasileiro. "Acreditamos em um primeiro semestre ainda devagar e uma retomada do consumo no segundo semestre", declara a presidente da divisão de Bebidas da PepsiCo no Brasil, Andrea Alvares.


A executiva prevê que o PIB crescerá entre 3% e 3,5% este ano, número que poderia sinalizar uma nova fase da economia brasileira. "Mais importante do que o número de 2013 são os dados dos anos seguintes. Se for o início de um movimento de crescimento nesse patamar ou em níveis acima dele, falamos de um número para comemorar."

Magalhães, do Citibank, também acredita que o PIB brasileiro poderá apresentar taxas mais robustas nos próximos anos. Por isso, embora classifique o crescimento esperado para 2013 como aquém do "ideal", mostra confiança em relação ao ambiente futuro da economia brasileira.

Investimentos

Entre as razões para o otimismo está a percepção de que o Brasil continuará sendo um dos mercados mais atraentes do mundo para o investimento estrangeiro, além da expectativa em relação aos efeitos das medidas anunciadas pelo governo federal. É o caso, por exemplo, da desoneração da folha de pagamento de diversos setores e a redução do custo da energia.

"O final do ano (2012) não foi animador, mas acredito que as coisas já estão se acomodando. Precisamos ver quais serão os efeitos das medidas (federais)", ressalta o presidente do grupo AES no Brasil, Britaldo Soares. Os primeiros meses, segundo Ribieras, da IP, indicam uma recuperação na atividade da indústria nacional. Soares, da AES, indica que o movimento mais consistente de recuperação industrial tem ocorrido especialmente entre grandes empresas consumidoras de energia.

O principal desafio do governo federal, na visão dos empresários, será estimular os investimentos, sem provocar insegurança nos investidores, assim como ocorreu no caso da renovação das concessões no setor de energia elétrica. "O governo está consciente da necessidade de viabilizar investimentos em infraestrutura ", afirma o membro do Conselho Consultivo da Odebrecht, Alvaro Novis. O executivo estima que o PIB crescerá entre 2,5% e 3,5% este ano, "aquém do potencial" do País.

A maior parte (45%) dos empresários ouvidos na pesquisa da Amcham prevê a manutenção dos investimentos em 2013 em patamar semelhante ao do ano passado. Outros 40% projetam ampliar investimentos e os 15% restantes esperam a diminuição dos desembolsos. Mais de 70% dos investimentos serão destinados a iniciativas de esforço comercial e melhoria de processos.

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