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Eurozona pressiona Grécia a formar governo

Em sua chegada para uma reunião do Eurogrupo, vários ministros de Economia da zona do euro aumentaram a pressão sobre Atenas

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, advertiu que as eleições não mudam as condições difíceis enfrentadas pela Grécia (Eric Piermont/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 20h11.

Bruxelas - Os parceiros da zona do euro instaram nesta segunda-feira à Grécia que forme um governo que afaste as dúvidas sobre sua vontade de cumprir os compromissos adquiridos no marco do segundo resgate financeiro e respaldaram sua permanência no euro, porque caso contrário, advertiram, a ajuda internacional seria cortada.

''Não é o momento de relaxar os esforços e encorajamos os gregos a solucionar com decisão as debilidades estruturais de sua economia'', afirmou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker após o encontro realizado hoje em Bruxelas.

Neste sentido, reiterou o ''desejo inquebrantável'' da eurozona que a Grécia permaneça no euro e assegurou que os outros 16 sócios farão ''tudo'' para que isso aconteça, e rotulou os rumores que apontam o contrário de ''sem sentido'' e ''propaganda''.

Já o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, assinalou que o segundo resgate é um ''pacto de solidariedade'', mas advertiu que esta solidariedade é ''um caminho de mão dupla'' e fez uma chamada para que Atens cumpra os compromissos adquiridos.

Em sua chegada para uma reunião do Eurogrupo, vários ministros de Economia da zona do euro aumentaram a pressão sobre Atenas para conseguir um pacto governamental e seguir com as reformas econômicas, interditadas pelos partidos que têm a incumbência de formar governo.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, advertiu que as eleições não mudam as condições difíceis enfrentadas pela Grécia, que precisa implementar as medidas estabelecidas no segundo programa para voltar à sustentabilidade econômica.


''A Grécia tem que cumprir as exigências. Não temos um acordo com o governo, mas com o país'', assinalou o ministro luxemburguês, Luc Frieden.

''Temos um acordo e isso significa que devem ser cumpridas as exigências. Então o dinheiro flui. Se não cumprem essas exigências, o dinheiro não flui'', afirmou a ministra de Finanças austríaca, Maria Fekter.

Uma mensagem similar lançou o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, que foi o único que deixou a porta aberta a renegociar os termos do programa com a Grécia.

A tarefa de formar governo não é simples, já que após várias tentativas fracassadas, o segundo partido mais votado nas eleições do dia 6 de maio, a força esquerdista Syriza, mantém sua rejeição às reformas econômicas impulsionadas por Bruxelas, o que bloqueia qualquer acordo com os socialistas do Pasok e os conservadores da Nova Democracia.

O presidente da Grécia, Karolos Papoulias, propôs nesta segunda-feira aos líderes dos principais partidos políticos do país que formem um novo governo de tecnocratas, que tire o país do ponto morto causado pela fragmentação política.

O ministro de Economia da Espanha, Luis de Guindos, atribuiu à delicada situação helena as quedas nas bolsas europeias e nos mercados de dívida, onde o prêmio de risco espanhol disparou até tocar os 492 pontos, para fechar finalmente em 478.


''A incerteza se deve às possíveis repercussões que pode ter o tema grego, isso está afetando o conjunto países. Esse é o tema que temos que resolver'' no Eurogrupo, afirmou De Guindos.

A Eurozona também demonstrou seu respaldo à permanência da Grécia na moeda única, enquanto ganham força os rumores sobre a possível saída do país do euro, o que representaria um ''fracasso para todos'', segundo o ministro espanhol.

''Não se pode sair da eurozona, se pode sair da UE (e com isso deixar o euro). Mas então a Grécia teria que esforçar depois para ser readmitida, haveria negociações de adesão e então analisaríamos muito bem se reúne as condições'', ressaltou Maria Fekter.

Por sua parte, a Comissão Europeia também pediu que o país cumpra seus compromissos: ''Queremos a Grécia no euro'', reforçou a porta-voz comunitária Pia Ahrenkilde, que no entanto insistiu que ''muitas respostas devem vir da Grécia''.

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Bruxelas - Os parceiros da zona do euro instaram nesta segunda-feira à Grécia que forme um governo que afaste as dúvidas sobre sua vontade de cumprir os compromissos adquiridos no marco do segundo resgate financeiro e respaldaram sua permanência no euro, porque caso contrário, advertiram, a ajuda internacional seria cortada.

''Não é o momento de relaxar os esforços e encorajamos os gregos a solucionar com decisão as debilidades estruturais de sua economia'', afirmou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker após o encontro realizado hoje em Bruxelas.

Neste sentido, reiterou o ''desejo inquebrantável'' da eurozona que a Grécia permaneça no euro e assegurou que os outros 16 sócios farão ''tudo'' para que isso aconteça, e rotulou os rumores que apontam o contrário de ''sem sentido'' e ''propaganda''.

Já o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, assinalou que o segundo resgate é um ''pacto de solidariedade'', mas advertiu que esta solidariedade é ''um caminho de mão dupla'' e fez uma chamada para que Atens cumpra os compromissos adquiridos.

Em sua chegada para uma reunião do Eurogrupo, vários ministros de Economia da zona do euro aumentaram a pressão sobre Atenas para conseguir um pacto governamental e seguir com as reformas econômicas, interditadas pelos partidos que têm a incumbência de formar governo.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, advertiu que as eleições não mudam as condições difíceis enfrentadas pela Grécia, que precisa implementar as medidas estabelecidas no segundo programa para voltar à sustentabilidade econômica.


''A Grécia tem que cumprir as exigências. Não temos um acordo com o governo, mas com o país'', assinalou o ministro luxemburguês, Luc Frieden.

''Temos um acordo e isso significa que devem ser cumpridas as exigências. Então o dinheiro flui. Se não cumprem essas exigências, o dinheiro não flui'', afirmou a ministra de Finanças austríaca, Maria Fekter.

Uma mensagem similar lançou o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, que foi o único que deixou a porta aberta a renegociar os termos do programa com a Grécia.

A tarefa de formar governo não é simples, já que após várias tentativas fracassadas, o segundo partido mais votado nas eleições do dia 6 de maio, a força esquerdista Syriza, mantém sua rejeição às reformas econômicas impulsionadas por Bruxelas, o que bloqueia qualquer acordo com os socialistas do Pasok e os conservadores da Nova Democracia.

O presidente da Grécia, Karolos Papoulias, propôs nesta segunda-feira aos líderes dos principais partidos políticos do país que formem um novo governo de tecnocratas, que tire o país do ponto morto causado pela fragmentação política.

O ministro de Economia da Espanha, Luis de Guindos, atribuiu à delicada situação helena as quedas nas bolsas europeias e nos mercados de dívida, onde o prêmio de risco espanhol disparou até tocar os 492 pontos, para fechar finalmente em 478.


''A incerteza se deve às possíveis repercussões que pode ter o tema grego, isso está afetando o conjunto países. Esse é o tema que temos que resolver'' no Eurogrupo, afirmou De Guindos.

A Eurozona também demonstrou seu respaldo à permanência da Grécia na moeda única, enquanto ganham força os rumores sobre a possível saída do país do euro, o que representaria um ''fracasso para todos'', segundo o ministro espanhol.

''Não se pode sair da eurozona, se pode sair da UE (e com isso deixar o euro). Mas então a Grécia teria que esforçar depois para ser readmitida, haveria negociações de adesão e então analisaríamos muito bem se reúne as condições'', ressaltou Maria Fekter.

Por sua parte, a Comissão Europeia também pediu que o país cumpra seus compromissos: ''Queremos a Grécia no euro'', reforçou a porta-voz comunitária Pia Ahrenkilde, que no entanto insistiu que ''muitas respostas devem vir da Grécia''.

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