Economia

EUA não irão retomar discussões comerciais sem proposta concretas da China

EUA e China paralisaram as conversas desde setembro, quando autoridades chinesas cancelaram uma viagem depois do anuncio de novas tarifas americanas

EUA-China: a tensão entre os dois países podem prejudicar o encontro dos presidentes no G20 (Jason Lee/Reuters)

EUA-China: a tensão entre os dois países podem prejudicar o encontro dos presidentes no G20 (Jason Lee/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 11h34.

Washington - Os Estados Unidos se recusam a retomar negociações comerciais com a China antes que Pequim apresente uma resposta concreta para atender reclamações de Washington sobre transferência forçada de tecnologia e outras questões econômicas, segundo autoridades de ambos os países.

O impasse ameaça minar um encontro previsto para o fim de novembro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante reunião de cúpula do G-20 - grupo que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo -, em Buenos Aires.

A expectativa era de que o encontro entre Trump e Xi ajudasse a reduzir as tensões comerciais. Empresas americanas tinham a esperança de que houvesse progresso suficiente nas discussões bilaterais de forma que o governo Trump suspendesse planos de elevar tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas a partir de 1º de janeiro, dos atuais 10% para 25%. A eventual medida afetaria tanto os importadores quanto os consumidores dos EUA.

As conversas entre EUA e China estão paralisadas desde meados de setembro, quando autoridades chinesas cancelaram uma viagem a Washington depois que Washington anunciou as tarifas sobre os US$ 200 bilhões em importações chinesas. Desde então, Pequim vem tentando retomar o diálogo, tendo chegado a apelar ao Subsecretário do Tesouro dos EUA, David Malpass, que voltasse à mesa de negociações. Ele recusou o convite - com apoio da equipe comercial da Casa Branca - até que os chineses façam uma proposta formal, de acordo com autoridades americanas.

"Se a China quiser (que o G-20) seja uma reunião vantajosa, precisamos estabelecer uma base", afirmou uma alto funcionário da Casa Branca. "Se eles não nos derem qualquer informação, é simplesmente difícil ver como isso poderá ser proveitoso."

Para Pequim, apresentar uma oferta formal envolve uma série de riscos, segundo fontes do lado chinês. Em primeiro lugar, o gesto revelaria sua posição nas negociações. Além disso, o governo chinês teme que Trump torne pública qualquer eventual proposta por meio de um tuíte ou comunicado, de forma a garantir o cumprimento de eventuais concessões por parte de Pequim.

Acompanhe tudo sobre:ChinaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisTarifasXi Jinping

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor