Economia

EUA exigem que China reduza superávit comercial em US$200 bi

Lista de demandas americanas, que inclui corte de tarifas, foi entregue aos chineses antes de encontro que buscará evitar guerra comercial

EUA X China: Casa Branca disse que houve "debates francos com autoridades chinesas sobre o reequilíbrio do relacionamento comercial bilateral" (Jewel Samad/AFP)

EUA X China: Casa Branca disse que houve "debates francos com autoridades chinesas sobre o reequilíbrio do relacionamento comercial bilateral" (Jewel Samad/AFP)

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Reuters

Publicado em 4 de maio de 2018 às 17h47.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu nas negociações comerciais com a China, exigindo um corte de 200 bilhões de dólares no superávit comercial chinês com os EUA e uma redução acentuada de tarifas e subsídios a tecnologias avançadas, disseram pessoas a par das conversas nesta sexta-feira.

A longa lista de exigências foi apresentada a Pequim antes do início das conversas de quinta e sexta-feira entre autoridades de primeiro escalão das duas partes para tentar evitar uma guerra comercial danosa entre as duas maiores economias do mundo.

Um comunicado da Casa Branca não mencionou demandas específicas, mas disse que a delegação norte-americana teve "debates francos com autoridades chinesas sobre o reequilíbrio do relacionamento comercial bilateral Estados Unidos-China, aprimorando a proteção de propriedade intelectual da China e identificando políticas que impõem transferências de tecnologia injustamente".

O comunicado não deu nenhuma indicação de que Trump recuará em sua ameaça de impor tarifas sobre até 150 bilhões de dólares de bens chineses devido a alegações de roubo de propriedade intelectual.

A delegação está voltando a Washington para informar Trump e "buscar sua decisão sobre os próximos passos", disse a Casa Branca, acrescentando que o governo chegou a um "consenso" sobre uma "atenção imediata" a uma mudança no relacionamento comercial e de investimentos entre as duas nações.

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua relatou que as conversas foram "francas, eficientes e construtivas", mas com desentendimentos que continuam "relativamente grandes".

As ameaças de tarifas abalaram os mercados nas últimas semanas, mas o desfecho inconclusivo das negociações em Pequim não ajudou a conter um ímpeto de compra de ações nos EUA, incitado por dados do emprego que amenizaram os temores de um aumento de juros mais acelerado do Banco Central. As ações encerraram com queda de 0,5 por cento em Xangai, enquanto em Hong Kong caíram 1,3 por cento.

Trump disse a repórteres em Washington que está determinado a levar justiça ao comércio EUA-China.

"Faremos algo de um jeito ou de outro com respeito ao que está acontecendo na China", afirmou, acrescentando que tem "grande respeito" pelo presidente chinês, Xi Jinping. "É por isso que estamos sendo tão legais, porque temos um ótimo relacionamento".

Durante as conversas, Pequim pediu que os EUA suavizem as sanções rigorosas impostas à fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicação ZTE, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

Os funcionários trocaram opiniões sobre a proteção da propriedade intelectual, a expansão das exportações dos EUA e o comércio de serviços bilateral, noticiou a Xinhua, sem dar indícios sobre quais ações podem ser adotadas, mas dizendo que os dois lados se comprometeram a resolver suas desavenças comerciais através do diálogo.

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