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EUA enviam mais tropas e prevêem guerra longa

Blair teria aceitado que EUA controlem o país após derrubada de Saddam Hussein antes de entregar o país para a ONU

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O Pentágono planeja um novo ataque contra a Guarda Republicana. Depois dos confrontos nesta semana atrasados pelo mau tempo e tempestades de areia e da maior resistência dos iraquianos, os Estados Unidos afirmaram que enviarão mais cerca de 130 000 soldados para o Golfo Pérsico.

Após reunião nesta quinta-feira, o presidente americano, George W. Bush, e o premiê britânico Tony Blair, afirmaram que a guerra vai durar o tempo que for necessário. "Nossos militares estão fazendo um bom progresso no Iraque, mas esta guerra ainda está longe de seu fim", disse Bush. Segundo ele, "as batalhas mais duras" ainda estão por vir. A reunião foi feita em Camp David, a casa de campo da Presidência dos Estados Unidos, e contou com a presença do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan. O próprio governo iraquiano estimou que o cerco à capital ainda deve lever de cinco a dez dias para se concretizar.

Blair afirmou não saber se o presidente do Iraque, Saddam Hussein, está em bom estado de saúde, ferido ou morto. "Não sabemos qual a situação em relação a Saddam. Sabemos que eles [iraquianos] gravaram todos os tipos de vídeos para mostrar sobre ele", disse Blair à rede britânica BBC. Blair afirmou também que as tropas norte-americanas e britânicas terão "momentos duros e difíceis" no Iraque. "Você não vai derrubar Saddam do país facilmente quando ele está no poder há 20 anos", acrescentou Blair.

No encontro, eles teriam decido que os EUA devem controlar totalmente o Iraque antes de entregar o país a uma administração respaldada pelas Nações Unidas. "O futuro do povo iraquiano deve ser governado pelo povo iraquiano", disse Blair. "Agora precisamos garantir que tenhamos um sistema de governo representativo, e precisamos trabalhar sobre isso com a ONU", afirmou o premiê.

Bombardeios

Nesta sexta-feira, o dia sagrado dos muçulmanos, Bagdá amanheceu sob os ataques de novos bombardeios da coalizão. Há diversas colunas de fumaça pela cidade e as baterias antiaéreas estão revidando os bombardeios americanos. A rede americana de TV CNN informou que pelo menos oito explosões foram ouvidas em Bagdá na manhã de sexta-feira.

Os ataques interromperam as chamadas telefônicas locais e muitas linhas de energia foram derrubadas -um dos primeiros danos à infra-estrutura da cidade desde o início da campanha militar contra o país. O centro de comando americano no Qatar emitiu uma breve nota: "Forças aéreas da coalizão e mísseis Tomahawk destruíram centros de comunicação e comando na capital durante a noite".

As tropas curdas cruzaram a frente de batalha iraquiana pela primeira vez após cerca de mil pára-quedistas terem saltado no norte do Iraque, região controlada pelos curdos, na noite de quarta-feira. Os combatentes curdos avançaram rumo a leste de Kirkuk, cidade estratégica de uma região rica em petróleo no norte do Iraque, afirmaram oficiais militares curdos.

Os americanos venceram uma batalha perto de Najaf e se preparam para uma batalha maior contra a Guarda Republicana perto da cidade de Kerbala, considerada sagrada para os xiitas, cerca de 110 quilômetros ao sul da capital iraquiana. Espera-se que a batalha comece em dois ou três dias.

O Reino Unido disse ter destruído 14 tanques que tentavam sair de Basra, segunda maior cidade do país e onde estão as importantes reservas de petróleo, mas as forças lideradas pelos Estados Unidos ainda enfrentam resistência iraquiana.

Soldados da coalizão bombardearam a cidade iraquiana de Nasiriah, destruindo uma central de comando iraquiana. Pelo menos dez explosões foram ouvidas na cidade, ao sul de Bagdá.

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