Economia

EUA e China se reúnem, de novo, para tratar guerra comercial

Embora a reunião seja esperada pelo mundo todo, nem o próprio governo americano acredita que terá um bom resultado.

Guerra comercial: China negocia há anos um tratado para promover a paz e a estabilidade no Sul da Ásia (Hyungwon Kang/Reuters)

Guerra comercial: China negocia há anos um tratado para promover a paz e a estabilidade no Sul da Ásia (Hyungwon Kang/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 06h13.

Última atualização em 22 de agosto de 2018 às 07h12.

Os Estados Unidos se reúnem com a China, nesta quarta-feira, para discutir um potencial acordo para pôr um fim à batalha comercial entre os dois países. O subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais dos Estados Unidos, David Malpass, se reunirá com Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio chinês, em Washington, entre hoje e quinta-feira, como um pontapé para as longas e imprevisíveis discussões comerciais entre os países.

Embora a reunião seja esperada pelo mundo todo, nem o próprio governo americano acredita que terá um bom resultado. Uma conversa preliminar foi realizada em maio, sem nenhuma resolução. Além disso, na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, afirmou, em entrevista à agência de notícias Reuters, que não esperava muito progresso da reunião, e que não havia perspectiva de tempo para que a batalha comercial entre os países acabasse. “Eu sou como eles: tenho um longo horizonte”, afirmou, mostrando que não tinha pressa para acabar com os entraves econômicos.

Seria de se estranhar que o autor da batalha tivesse boas expectativas de encerrá-las. Para ele, as tarifas e imposições comerciais eram uma resposta às apropriações intelectuais realizadas pelas empresas chinesas, especialmente sobre produtos tecnológicos. Trump afirma que as sanções eram o “esforço” necessário para que a China parasse de proteger sua economia, e parasse de “roubar” a propriedade intelectual americana.

Em março, o governo americano anunciou a implementação de tarifas sobre o alumínio e o aço importado – commodity que tem na China o maior produtor –, e também impôs taxas de 60 bilhões de dólares sobre produtos chineses. Os chineses rebateram, informando que iriam sobretaxar cerca de 128 bens de consumo fabricados nos Estados Unidos em até 25%.

Em julho, novas tarifas e retaliações. Os Estados Unidos impuseram 34 bilhões de dólares de tarifas sobre produtos chineses, e o país asiático respondeu tarifando 545 produtos americanos – como soja, carne de porco, frutos do mar e veículos elétricos , no mesmo valor.

Tarifas sobre produtos chineses que somaram 46 bilhões de dólares em 2017 começarão a ter efeito nesta quinta, quadruplicando os impostos de importação. É pouco provável que uma decisão urgente freie este primeiro lote. A temida guerra comercial chegou.

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