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Disputa sobre subsídio pode ferir laços Brasil-EUA, diz CNI

Segundo CNI, EUA não deram nenhuma indicação de que continuarão a pagar os US$ 147 milhões por ano em compensações ao Brasil

Produção de algodão: Brasil ganhou na OMC uma disputa contra os subsídios norte-americanos ao algodão em 2004 (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2013 às 15h29.

Brasília - O fracasso dos Estados Unidos em pagar a compensação ao Brasil por conta de subsídios ao algodão poderia piorar as relações entre os dois parceiros comerciais, disse um influente grupo empresarial brasileiro na quarta-feira.

A Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) disse que os Estados Unidos não deram nenhuma indicação de que continuarão a pagar os 147 milhões de dólares por ano em compensações ao Brasil. O governo brasileiro já alertou que poderia retaliar, elevando as tarifas sobre alguns produtos norte-americanos.

"Estamos muito preocupados pois sabemos que o governo brasileiro vai retaliar e que isso será negativo para todos os lados", disse Diego Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI. "Isso só vai complicar as relações entre os dois países em um momento em que os laços não estão em boas condições." As relações entre Brasil e Estados Unidos estão em mínimas de vários anos por conta de acusações de que Washington teria espionado as comunicação da presidente Dilma Rousseff.

A presidente brasileira cancelou em outubro uma visita de Estado a Washington em protesto, o que segundo vários líderes empresariais locais complicou os esforços para abrir o comércio entre as duas maiores economias do continente.

O Brasil ganhou na Organização Mundial do Comércio uma disputa contra os subsídios norte-americanos ao algodão em 2004, que levou a um acordo no qual o Brasil aceitou não impor sanções de 830 milhões de dólares aos produtos dos EUA, caso eles contribuíssem para um fundo de assistência aos produtores de algodão brasileiros.

A resolução temporária, sob a qual os Estados Unidos pagaram ao Brasil 147 milhões de dólares por ano desde 2010, deveria durar apenas até que os legisladores de Washington elaborassem uma nova lei agrícola que eliminaria os antigos subsídios norte-americanos ao algodão. O Congresso dos EUA está mais de um ano atrasado na elaboração da legislação.

Washington não incluiu o subsídio de compensação em sua proposta de orçamento para o ano fiscal que começou em 1º de outubro, na esperança do Congresso aprovar o projeto de lei agrícola que resolverá a disputa do subsídio.

O Brasil está analisando uma retaliação e pode agir contra os Estados Unidos ainda este mês, disseram autoridades.

Um porta-voz do Departamento de Agricultura dos EUA não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.

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Brasília - O fracasso dos Estados Unidos em pagar a compensação ao Brasil por conta de subsídios ao algodão poderia piorar as relações entre os dois parceiros comerciais, disse um influente grupo empresarial brasileiro na quarta-feira.

A Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) disse que os Estados Unidos não deram nenhuma indicação de que continuarão a pagar os 147 milhões de dólares por ano em compensações ao Brasil. O governo brasileiro já alertou que poderia retaliar, elevando as tarifas sobre alguns produtos norte-americanos.

"Estamos muito preocupados pois sabemos que o governo brasileiro vai retaliar e que isso será negativo para todos os lados", disse Diego Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI. "Isso só vai complicar as relações entre os dois países em um momento em que os laços não estão em boas condições." As relações entre Brasil e Estados Unidos estão em mínimas de vários anos por conta de acusações de que Washington teria espionado as comunicação da presidente Dilma Rousseff.

A presidente brasileira cancelou em outubro uma visita de Estado a Washington em protesto, o que segundo vários líderes empresariais locais complicou os esforços para abrir o comércio entre as duas maiores economias do continente.

O Brasil ganhou na Organização Mundial do Comércio uma disputa contra os subsídios norte-americanos ao algodão em 2004, que levou a um acordo no qual o Brasil aceitou não impor sanções de 830 milhões de dólares aos produtos dos EUA, caso eles contribuíssem para um fundo de assistência aos produtores de algodão brasileiros.

A resolução temporária, sob a qual os Estados Unidos pagaram ao Brasil 147 milhões de dólares por ano desde 2010, deveria durar apenas até que os legisladores de Washington elaborassem uma nova lei agrícola que eliminaria os antigos subsídios norte-americanos ao algodão. O Congresso dos EUA está mais de um ano atrasado na elaboração da legislação.

Washington não incluiu o subsídio de compensação em sua proposta de orçamento para o ano fiscal que começou em 1º de outubro, na esperança do Congresso aprovar o projeto de lei agrícola que resolverá a disputa do subsídio.

O Brasil está analisando uma retaliação e pode agir contra os Estados Unidos ainda este mês, disseram autoridades.

Um porta-voz do Departamento de Agricultura dos EUA não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.

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