Estudo mapeia economia ilegal de 8 cidades americanas
Governo americano encomendou levantamento sobre a economia ilegal do sexo, que movimenta US$ 290 milhões de dólares por ano só em Atlanta
João Pedro Caleiro
Publicado em 17 de março de 2014 às 16h02.
São Paulo - Em 2010, o Departamento de Justiça americano contratou o Urban Institute para mapear o tamanho da economia ilegal da prostituição nos Estados Unidos .
Foram escolhidas 8 cidades: San Diego, Seattle, Dallas, Denver, Washington, Kansas City, Atlanta e Miami .
A ideia era levantar pela primeira vez dados confiáveis para entender como a economia da prostituição funciona e como ela se relaciona com outras atividades ilegais, como o tráfico de armas, de drogas e de pessoas.
Os resultados acabam de ser divulgados: em 2007, o dinheiro movimentado pela economia subterrânea do sexo variou entre US$ 40 milhões em Denver e US$ 290 milhões em Atlanta.
Como participação no dinheiro que circula na cidade como um todo, isso equivale a 0,5% em Denver e 1,6% em Atlanta.
Apesar da diferença no tamanho dos mercados, a renda dos exploradores de prostituição nas duas cidades é curiosamente similar: em torno de 33 mil dólares por semana - 6 vezes mais do que em Kansas City, por exemplo.
Denver também tem o menor mercado ilegal de drogas (US$ 63,9 milhões), praticamente um terço do praticado em Dallas - que movimentou US$ 191 milhões em 2007. Dallas também lidera no mercado ilegal de armas, seguido por Washington DC e Miami.
Veja na tabela as estimativas com base no ano de 2007 (em milhões de dólares):
Sexo | Drogas | Armas | |
---|---|---|---|
Atlanta | 290 | 117 | 146 |
Dallas | 98,8 | 191 | 171 |
Denver | 39,9 | 63,9 | 47,4 |
Miami | 235 | 95,7 | 118 |
San Diego | 96,6 | 96,3 | 47,7 |
Seattle | 112 | 87,4 | 60,1 |
Washington DC | 103 | 103 | 160 |
Comportamento
Só o tráfico internacional de pessoas para exploração comercial do sexo movimentou US$ 28 bilhões no mundo em 2005. O objetivo de levantamentos como esse é o de fornecer dados empíricos e recomendações para melhorar o combate a este tipo de problema.
Com exceção de Nevada, onde fica Las Vegas, a exploração comercial da prostituição é ilegal em todos os estados americanos.
Apesar disso, praticamente 10% dos cafetões nas cidades pesquisadas aceitam cartão de crédito ou débito - e muitos usam atividades legítimas como fachada para os negócios ilegais.
Apenas 13,7% declararam gasto com preservativos - na lista de despesas, lideram carros e transporte (65,8%), além de moradia (64,4%) e roupas para as mulheres (45,2%).
47,9% das transações são precificadas com base no tempo e apenas 12,3% com base nos atos praticados. O preço varia entre US$ 5 e S$ 1 mil, mas fica mais concentrado na faixa entre US$ 150 e US$ 300 por hora.
Dinâmicas
O estudo não encontrou grande conexão entre o mercado de tráfico de armas e de prostituição. Com as drogas , é outra história: um em cada quatro cafetões haviam trabalhado como traficante no passado, e 18% continuavam a fazê-lo.
Outra conclusão do Urban Institute é que o advento da internet mudou radicalmente a dinâmica do mercado ilegal de sexo.
Ao mesmo tempo que aumentou as possibilidades de recrutamento e divulgação, intensificou a concorrência e tornou os exploradores do mercado de sexo mais vulneráveis à detecção pelas autoridades - que ainda precisam aproveitar melhor essa oportunidade.
São Paulo - Em 2010, o Departamento de Justiça americano contratou o Urban Institute para mapear o tamanho da economia ilegal da prostituição nos Estados Unidos .
Foram escolhidas 8 cidades: San Diego, Seattle, Dallas, Denver, Washington, Kansas City, Atlanta e Miami .
A ideia era levantar pela primeira vez dados confiáveis para entender como a economia da prostituição funciona e como ela se relaciona com outras atividades ilegais, como o tráfico de armas, de drogas e de pessoas.
Os resultados acabam de ser divulgados: em 2007, o dinheiro movimentado pela economia subterrânea do sexo variou entre US$ 40 milhões em Denver e US$ 290 milhões em Atlanta.
Como participação no dinheiro que circula na cidade como um todo, isso equivale a 0,5% em Denver e 1,6% em Atlanta.
Apesar da diferença no tamanho dos mercados, a renda dos exploradores de prostituição nas duas cidades é curiosamente similar: em torno de 33 mil dólares por semana - 6 vezes mais do que em Kansas City, por exemplo.
Denver também tem o menor mercado ilegal de drogas (US$ 63,9 milhões), praticamente um terço do praticado em Dallas - que movimentou US$ 191 milhões em 2007. Dallas também lidera no mercado ilegal de armas, seguido por Washington DC e Miami.
Veja na tabela as estimativas com base no ano de 2007 (em milhões de dólares):
Sexo | Drogas | Armas | |
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Atlanta | 290 | 117 | 146 |
Dallas | 98,8 | 191 | 171 |
Denver | 39,9 | 63,9 | 47,4 |
Miami | 235 | 95,7 | 118 |
San Diego | 96,6 | 96,3 | 47,7 |
Seattle | 112 | 87,4 | 60,1 |
Washington DC | 103 | 103 | 160 |
Comportamento
Só o tráfico internacional de pessoas para exploração comercial do sexo movimentou US$ 28 bilhões no mundo em 2005. O objetivo de levantamentos como esse é o de fornecer dados empíricos e recomendações para melhorar o combate a este tipo de problema.
Com exceção de Nevada, onde fica Las Vegas, a exploração comercial da prostituição é ilegal em todos os estados americanos.
Apesar disso, praticamente 10% dos cafetões nas cidades pesquisadas aceitam cartão de crédito ou débito - e muitos usam atividades legítimas como fachada para os negócios ilegais.
Apenas 13,7% declararam gasto com preservativos - na lista de despesas, lideram carros e transporte (65,8%), além de moradia (64,4%) e roupas para as mulheres (45,2%).
47,9% das transações são precificadas com base no tempo e apenas 12,3% com base nos atos praticados. O preço varia entre US$ 5 e S$ 1 mil, mas fica mais concentrado na faixa entre US$ 150 e US$ 300 por hora.
Dinâmicas
O estudo não encontrou grande conexão entre o mercado de tráfico de armas e de prostituição. Com as drogas , é outra história: um em cada quatro cafetões haviam trabalhado como traficante no passado, e 18% continuavam a fazê-lo.
Outra conclusão do Urban Institute é que o advento da internet mudou radicalmente a dinâmica do mercado ilegal de sexo.
Ao mesmo tempo que aumentou as possibilidades de recrutamento e divulgação, intensificou a concorrência e tornou os exploradores do mercado de sexo mais vulneráveis à detecção pelas autoridades - que ainda precisam aproveitar melhor essa oportunidade.