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Estudo aponta alta média de 22% no frete, desde 2006

Pesquisa mostrou também que quase 90% dos transportes de cargas no país são feitos através das estradas

A maior parte do frete no Brasil é feito através das rodovias (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2011 às 14h31.

Rio de Janeiro - Os custos médios com frete passaram de R$ 67,00 por tonelada em 2006 para R$ 82,00 por tonelada em 2011, um aumento de 22% para carga seca transportada em carreta, graneleiro e em rotas de 700km. Os dados são de pesquisa divulgada pelo Instituto Ilos. O aumento dos custos pode ser atribuído à sobrecarga dos sistemas para o transporte de mercadorias, o que tem aumentado o tempo de espera e os gastos com logística no País.

O crescimento médio do volume de mercadorias transportadas no Brasil foi de 4% ao ano de 2004 a 2010, acompanhando a expansão média de 4,4% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Segundo a pesquisa, 87% de toda a carga é transportada através das rodovias, mas 42% das grandes empresas brasileiras querem reduzir o uso do modal rodoviário para o transporte de seus produtos.

"A capacidade de transporte já está praticamente esgotada há alguns anos, então crescer 4% ao ano é um desafio e tanto", afirmou Paulo Fleury, CEO do Instituto Ilos, no Fórum Internacional de Logística, no Rio de Janeiro. "A fabricação de caminhões cresce 12% ao ano. Nunca houve um crescimento assim. Há uma espera de seis a doze meses para conseguir comprar um veículo novo. O País não estava preparado, foi um lado ruim do crescimento do PIB". Fleury contou que entre as décadas de 80 e 90, a média de fabricação de caminhões era de 50 mil unidades por ano. Hoje, o número de caminhões fabricados está em quase 200 mil ao ano. "Isso está batendo com a capacidade das montadoras. Vamos ter que importar caminhão se a economia não der uma esfriada, a não ser que os projetos de novas fábricas comecem a produzir veículos para atender a demanda", previu o CEO do Ilos.

De acordo com o estudo, 18% das empresas declararam ter dificuldade de contratar serviços de transporte, devido à falta de frete. Como resultado dos problemas para conseguir caminhões, caminhoneiros autônomos trabalham com sobrepeso e jornadas excessivas, de até 48h sem dormir, e transportadoras voltam a colocar veículos velhos para rodar nas estradas. A idade média da frota de caminhões brasileira é de 22 anos, enquanto a da frota americana é de apenas 7 a 8 anos, lembrou Fleury. "O Brasil usa caminhão muito mais do que deveria. Temos uma matriz desbalanceada. Não temos grandes projetos ferroviários, por exemplo, para entrar em operação. Ainda são só projetos", alertou o especialista em logística. A pesquisa do Instituto Ilos foi realizada com 100 entre as mil maiores empresas no País.

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Rio de Janeiro - Os custos médios com frete passaram de R$ 67,00 por tonelada em 2006 para R$ 82,00 por tonelada em 2011, um aumento de 22% para carga seca transportada em carreta, graneleiro e em rotas de 700km. Os dados são de pesquisa divulgada pelo Instituto Ilos. O aumento dos custos pode ser atribuído à sobrecarga dos sistemas para o transporte de mercadorias, o que tem aumentado o tempo de espera e os gastos com logística no País.

O crescimento médio do volume de mercadorias transportadas no Brasil foi de 4% ao ano de 2004 a 2010, acompanhando a expansão média de 4,4% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Segundo a pesquisa, 87% de toda a carga é transportada através das rodovias, mas 42% das grandes empresas brasileiras querem reduzir o uso do modal rodoviário para o transporte de seus produtos.

"A capacidade de transporte já está praticamente esgotada há alguns anos, então crescer 4% ao ano é um desafio e tanto", afirmou Paulo Fleury, CEO do Instituto Ilos, no Fórum Internacional de Logística, no Rio de Janeiro. "A fabricação de caminhões cresce 12% ao ano. Nunca houve um crescimento assim. Há uma espera de seis a doze meses para conseguir comprar um veículo novo. O País não estava preparado, foi um lado ruim do crescimento do PIB". Fleury contou que entre as décadas de 80 e 90, a média de fabricação de caminhões era de 50 mil unidades por ano. Hoje, o número de caminhões fabricados está em quase 200 mil ao ano. "Isso está batendo com a capacidade das montadoras. Vamos ter que importar caminhão se a economia não der uma esfriada, a não ser que os projetos de novas fábricas comecem a produzir veículos para atender a demanda", previu o CEO do Ilos.

De acordo com o estudo, 18% das empresas declararam ter dificuldade de contratar serviços de transporte, devido à falta de frete. Como resultado dos problemas para conseguir caminhões, caminhoneiros autônomos trabalham com sobrepeso e jornadas excessivas, de até 48h sem dormir, e transportadoras voltam a colocar veículos velhos para rodar nas estradas. A idade média da frota de caminhões brasileira é de 22 anos, enquanto a da frota americana é de apenas 7 a 8 anos, lembrou Fleury. "O Brasil usa caminhão muito mais do que deveria. Temos uma matriz desbalanceada. Não temos grandes projetos ferroviários, por exemplo, para entrar em operação. Ainda são só projetos", alertou o especialista em logística. A pesquisa do Instituto Ilos foi realizada com 100 entre as mil maiores empresas no País.

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