Economia

Estratégia para combater inflação está equivocada, diz Fiesp

Para Paulo Skaf, presidente da federação, medida correta seria queda da Selic, acompanhada por redução dos gastos públicos e incentivo à produção nacional

Paulo Skaf, presidente da Fiesp: Selic alta já traz prejuízo de R$ 250 bilhões anuais (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Paulo Skaf, presidente da Fiesp: Selic alta já traz prejuízo de R$ 250 bilhões anuais (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 12h50.

Brasília - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje (26) que a estratégia do governo para combater a inflação está equivocada no que se refere ao aumento da taxa básica de juros, a Selic. Segundo ele, baixar os juros pode ajudar a evitar o aumento de preços, desde que a medida seja acompanhada da redução dos gastos públicos e, principalmente, de ações de incentivo à produção nacional.

Em reunião na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a Selic de 11,75% para 12% ao ano.

“Precisamos reduzir os juros, mas ao mesmo tempo estimular a oferta e a produção como forma de controle dos preços. Se tem mais oferta, tem mais oportunidades de se fazer compras a preços melhores. Reduziria também o gasto público. Portanto eu faria o inverso do que o governo faz”, destacou Skaf, pouco antes de participar da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto.

O presidente da Fiesp destacou que “a inflação continua alta, mesmo com o governo usando a estratégia de manter a alta dos juros”. “O aumento inflacionário é mundial e se deve ao excesso de liquidez promovido pelos bancos que injetaram dinheiro nas economias como forma de combate à crise”, acrescentou.

Ele argumentou que o aumento dos juros resulta no aumento da dívida pública e atrai muito capital especulativo, resultando em gastos anuais de R$ 250 bilhões em juros.

“Em termos de aumento de juros, a estratégia do governo está equivocada. Ninguém me convence de que aumentar juros – que atraem capital especulativo, tirando nossa competitividade e aumentando os gastos públicos e, ainda, não influenciam no preço – seja uma boa medida”, competou Skaf. Ele sugeriu a queda dos juros como medida para desestimular a entrada de dólares no país.

Acompanhe tudo sobre:FiespInflaçãoPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor