Graffiti representando o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, na cerca perto da construção da nova sede do banco, em Frankfurt, Alemanha (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 14h44.
Berlim - O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, defendeu nesta quinta-feira o programa de compra de títulos do BCE, afirmando que ele é necessário, efetivo e em linha com o mandato do banco central.
As declarações de Draghi vêm um dia após o BCE e o banco central alemão enfrentarem-se em audiência pública na corte mais alta da Alemanha sobre a legalidade do plano de aquisição de ativos do BCE, com o BC alemão sugerindo que o papel do BCE deveria ser mais limitado.
"Para o BCE, liderança responsável tem significado respeitar nosso Tratado de fundação. Independência das vozes que pedem que 'façamos mais' ou 'façamos menos'; concentração em nosso mandato de assegurar estabilidade de preços para os cidadãos da zona do euro", disse Draghi, de acordo com a transcrição de um pronunciamento em vídeo após receber o prêmio de liderança responsável em 2013 da Escola Europeia de Administração e Tecnologia, em Berlim.
"A decisão sobre o OMT foi necessária. Foi efetiva. E estava em linha com nosso mandato", disse Draghi.
Draghi afirmou que o plano Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês) tem como objetivo garantir preços estáveis na zona do euro, que é o mandato do BCE.
"Ele está completamente em linha com nosso mandato porque foi formulado para preservar a estabilidade de preços na zona do euro e usa instrumentos previstos no Estatuto", disse.
Draghi pediu que líderes da zona do euro deem continuidade a reformas e pressionem por mais integração para colocar o bloco monetário em bases mais sólidas.
"Para que a zona do euro avance e estabeleça-se em bases mais sólidas, precisamos que todos os tomadores de decisões assumam suas responsabilidades", disse Draghi.
"Governos devem corrigir suas finanças públicas e lidar com os desafios estruturais ao crescimento em suas economias; e a zona do euro como um todo deve construir uma união econômica e monetária mais forte baseada em soberania compartilhada e maior legitimidade", emendou.