Economia

Estável em novembro, emprego industrial deve fechar em queda

Emprego industrial acumulou nos 11 primeiros meses do ano um recuo de 1,4% na comparação com igual período de 2011


	Funcionário em linha de montagem da Volkswagen: no acumulado dos últimos 12 meses teve perda de 1,3% em novembro passado
 (REUTERS/Nacho Doce)

Funcionário em linha de montagem da Volkswagen: no acumulado dos últimos 12 meses teve perda de 1,3% em novembro passado (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 10h56.

São Paulo - O emprego na indústria brasileira acompanhou a fraqueza da produção no setor e ficou estável em novembro na comparação com o mês anterior, caminhando para a primeira queda em um ano desde 2009.

Em relação a novembro de 2011, houve queda de 1 por cento, a décima quarta consecutiva na comparação anual, mas a menos acentuada desde fevereiro de 2012, quando foi de 0,8 por cento, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

O emprego industrial acumulou nos 11 primeiros meses do ano um recuo de 1,4 por cento na comparação com igual período de 2011. No acumulado dos últimos 12 meses teve perda de 1,3 por cento em novembro passado.

Em 2009 o emprego na indústria caiu 5 por cento, passando para um crescimento de 3,4 por cento em 2010. O ano seguinte ainda mostrou resultado positivo, mas a expansão foi de apenas 1 por cento.

"O mercado de trabalho reflete o comportamento mais moderado da produção nos últimos meses. A queda só é menor do que a produção porque é preciso avaliar o custo de demissão, custo de treinar um trabalhador depois e possibilidade de melhora", explicou o economista do IBGE André Macedo.

Considerada uma das causas para a fraqueza da economia no ano passado, em novembro, a produção da indústria caiu 0,6 por cento frente a outubro, pressionada pela desaceleração na fabricação de automóveis e da indústria extrativa.

São Paulo e Nordeste

Macedo destacou ainda que São Paulo lidera a queda acumulada no ano com perda de 2,8 por cento, em meio aos problemas vistos em alguns setores como concorrência de importados ou dificuldade de colocação de produtos no exterior.


"O mercado acompanha o menor dinamismo de São Paulo na produção em setores como têxtil, vestuário, calçados, material eletrônico e outros", disse Macedo.

Na comparação com novembro de 2011, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 10 das 14 locais pesquisados.

O principal impacto negativo veio da região Nordeste, com queda de 4,0 por cento, pressionado pelas taxas negativas em 12 dos 18 setores pesquisados, com a maior dela em refino de petróleo e produção de álcool (-21,0 por cento).

Horas pagas

O IBGE também informou que o número de horas pagas caiu 0,2 por cento em novembro em relação ao mês anterior, após alta de 1,1 por cento registrada em outubro.

Na comparação com novembro de 2011, o número de horas pagas recuou 0,9 por cento, registrando a décima quinta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, embora a menos intensa desde fevereiro de 2012 (-0,8 por cento).

No acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 1,9 por cento em novembro, ante queda de 2 por cento em outubro.

Por sua vez o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria em novembro subiu 7,8 por cento em relação ao mês anterior, após avançar 0,4 por cento em outubro.

Na comparação com novembro de 2011, o valor da folha de pagamento real cresceu 10,3 por cento em novembro, trigésimo quinto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais intenso desde julho de 2010 (10,8 por cento).

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