Esqueça os BRICS: os novos queridinhos são os TICKS
Com decepção em relação aos BRICS, foco se volta para um novo quarteto menos dependente de commodities e mais voltado para tecnologia, diz Financial Times
João Pedro Caleiro
Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 05h00.
São Paulo - Foi em 2001 que o então economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O'Neill, cunhou o termo BRIC para agrupar Brasil, Rússia, Índia e China.
O quarteto virou queridinho dos investidores, bloco político oficial e incluiu a África do Sul como a letra S do final. Quase uma década de euforia depois, veio a ressaca.
A queda das commodities pegou em cheio a Rússia e o Brasil, também afetados por isolamento internacional e instabilidade política, respectivamente.
Esta dupla foi substituída por Taiwan e Coreia do Sul para formar os TICKS, de acordo com matéria publicada ontem pelo Financial Times.
A palavra, que significa "carrapatos" em inglês, agrupa países com pouca exposição a commodities e boas perspectivas no campo de inovação e tecnologia.
De acordo com dados da Copley Research citados pela publicação britânica, o peso relativo da exposição dos fundos de capital de emergentes aos TICKS foi de 40% em abril de 2013 para 54% hoje.
Em dezembro do ano passado, 63% destes fundos tinham pelo menos metade dos seus fundos investidos nos TICKS, enquanto só 10% tinham esse nível de exposição aos BRICS.
As duas ações mais comuns entre os 120 fundos monitorados pela Copley, que somam US$ 230 bilhões em ativos, são a fabricante de chips taiwanesa TSMC e a gigante coreana Samsung.
"Este realinhamento diz muito sobre a mudança na natureza dos emergentes - e do mundo em geral - com serviços, e particularmente a tecnologia, tomando a dianteira, e o comércio de bens físicos, especialmente commodities, em retirada", diz a reportagem.
A Coreia do Sul, por exemplo, é o país mais conectado e mais inovador do mundo por vários critérios.
A mesma China que registrou em 2015 seu pior crescimento econômico desde 1990 viu suas vendas online aumentarem 33% na comparação anual.
Já a Índia é a grande economia que mais cresce no mundo e oferece um mercado potencial de 1 bilhão de pessoas.
Além disso, tem uma indústria de tecnologia da informação cada vez mais representativa e é dos poucos emergentes importadores de commodities.
Os economistas adoram agrupar países para criar acrônimos pegajosos. Jim O'Neill voltou sua atenção para os MINTS (México, Indonésia, Nigéria e Turquia) e o Goldman Sachs encerrou seu fundo de BRICS após prejuízos sucessivos.
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 16,27 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 24,8 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 2,53% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 2,60% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 8 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 22,2 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 7,28% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 6,35% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 2 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 6,6 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 6,54% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 7,52% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 5,6 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 6,4 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 0,81% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 0,75% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 3,5 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 4,5 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 1,60% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 1,60% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 2,28 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 4 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 2,24% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 4,00% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 2,4 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 3,6 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 2,13% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 2,47% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 2,63 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 3,3 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 1,13% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 1,50% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 1,75 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 2,6 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 2,40% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 2,31% |
Dados | |
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PIB em 2014 | US$ 1,67 tri |
Pib em 2030 (est.) | US$ 2,4 tri |
Crescimento anual médio (2011-2020) (est.) | 1,57% |
Crescimento anual médio (2021-2030) (est.) | 3,20% |