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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O perfil do investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, está mudando. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima.
Lima lembra que, até 2008, "os investimentos estavam voltados para as exportações", ou seja, boa parte dos recursos ia para segmentos exportadores, como produção agrícola e extrativismo mineral. Segundo ele, a partir do ano passado, esses setores passaram a receber menos recursos. Agora é a vez dos segmentos ligados ao mercado interno.
"O mercado interno é o que está mostrando maior perspectiva de crescimento para os próximos anos. A demanda internacional pelas commodities [matérias-primas e produtos com cotação em bolsas de mercadorias] é bem menor do que em anos anteriores", afirmou Lima. Além disso, a Europa e os Estados Unidos estão importando menos, após a crise financeira internacional.
De acordo com Lima, o mercado interno brasileiro é impulsionado pelo crédito, pela confiança do investidor e do consumidor e pela ampliação do emprego. Para ele, o Brasil atrai investimentos também por não ter problemas institucionais. "O Brasil não tem diferenças religiosas profundas, nem problemas de cultura e tem um quadro político com democracia amadurecida."
Segundo informações do Banco Central (BC), no ano passado o investimento estrangeiro direto somou US$ 25,949 bilhões, contra US$ 45,058 bilhões em 2008. Em janeiro deste ano, entraram US$ 789 milhões. Amanhã (22), o BC divulga os dados referentes a fevereiro.
No ano passado, os segmentos da agropecuária e do extrativismo mineral responderam por 14,5% desses investimentos, contra 29,2% no ano anterior. No caso da da indústria, de 2008 para o ano passado, o percentual subiu de 31,5% para 42,5%. O setor de serviços contou com 39,2%, em 2008, e 43%, em 2009.
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